Colômbia: Governo e FARC já têm novo acordo de paz
Depois da derrota surpreendente no referendo de 2 de outubro ao plano de paz, guerrilha e governo voltaram às negociações e fecharam este sábado o novo acordo.
esquerda.net - 13 de Novembro, 2016 - 00:31h
esquerda.net - 13 de Novembro, 2016 - 00:31h
As negociações para elaborar um novo acordo que fosse ao encontro das preocupações expressas pela campanha do Não no referendo desenrolaram-se em Havana e contaram com o apoio de observadores internacionais.
Na semana seguinte à derrota, o presidente colombiano foi galardoado com o Nobel da Paz pelo seu esforço em acabar com um conflito armado que dura há mais de meio século. O cessar-fogo foi prolongado até ao fim do ano e os apoiantes do Não, liderados pelo ex-presidente Alvaro Uribe, entregaram ao governo um documento com propostas para mudar o acordo chumbado nas urnas.
Ao todo, o presidente Juan Manuel Santos afirmou ter recebido 445 propostas de alteração ao acordo de paz, que foram condensadas em 57 eixos temáticos para negociar com as FARC. Isto após ter dado ordem para prolongar as negociações entre o governo e os representantes do “Não” até ser encontrada uma solução para as negociações com a guerrilha poderem avançar.
As negociações avançaram a bom ritmo na última semana, até ser revelado este sábado de que ambas as partes irão anunciar o novo acordo; “Atendendo ao clamor dos colombianos (…) e ao seu anseio de paz e reconciliação, alcançámos um acordo final”, afirma o comunicado.
Segundo a mensagem divulgada pelos negociadores do governo, entre as alterações acordadas constam a apresentação de um inventário de bens e ativos das FARC para servirem de reparação material às vítimas, o afastamento dos magistrados estrangeiros do tribunal de paz, ou a concretização da forma como as FARC irão colaborar no combate ao narcotráfico.
Alvaro Uribe revelou ter sido chamado de urgência a um encontro com o presidente, em que lhe foi apresentado o texto do acordo. No final do encontro, afirmou ter pedido ao presidente Santos que disponibilize o texto aos porta-vozes da campanha do Não, para estes colocarem questões ou novas propostas de modificação ao governo.
Comentários