André Barrocal: Em Brasília e na Lava Jato, a guerra dos marajás

Estado de exceção

por André Barrocal — na Carta Capital - publicado 03/11/2016 00h58
Os senhores engalfinham-se na capital federal e com a república de Curitiba, e complicam a vida de Temer
Miguel Schincariol/AFP e Carlos Humberto/STF
Moro e Mendes
Grande tensão às vésperas da delação da Odebrecht. Mais confusões à vista
Brasília e a Operação Lava Jato estão em guerra, uma disputa entre os marajás do setor público pelo amor dos contribuintes brasileiros, renda per capita mensal de 1,1 mil reais, e da mídia, destinatária de verbas oficiais milionárias. Sobra emoção por esses dias.
Um ministro do Supremo Tribunal Federal prega contra a Lava Jato e por uma lei de abuso de autoridade, é rebatido pela república de Curitiba, que aponta ameaça às investigações e à magistratura, e acusado no Ministério Público.
presidenta do STF recusa-se a encontrar o presidente do Congresso e ainda marca um julgamento delicado para ele, que revida ao pedir pressa na votação de uma lei que enterra uma mordomia do Judiciário.
O mesmo parlamentar ataca a Polícia Federal e o ministro da Justiça, furioso com uma operação policial no Senado. Tudo às vésperas da delação premiada da Odebrecht, prenúncio de mais confusão e incertezas sobre o futuro do governo e suas medidas impopulares.
O clima de caos, que o presidente Michel Temer tentou maquiar na sexta-feira 28 ao juntar os chefes dos Poderes na discussão de um plano de segurança pública, instalara-se uma semana antes com a apreensão de uma parafernália do Senado capaz de descobrir escutas ambientais clandestinas e a prisão de quatro policiais da Casa.

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