Em NY, Sônia Braga afirma que houve "golpe de Estado burocrático" no Brasil

EFENova York
Sônia Braga durante entrevista com a Agência Efe nesta sexta-feira, em Nova York. EFE/Caroline Conejero
Sônia Braga durante entrevista com a Agência Efe nesta sexta-feira, em Nova York. EFE/Caroline Conejero
A atriz Sônia Braga, que apresenta no Festival de Cinema de Nova York o filme "Aquarius", de Kléber Mendonça Filho, disse nesta sexta-feira, em entrevista à Agência Efe, que "no Brasil houve um golpe de Estado burocrático".
Sônia Braga afirmou aceitar os paralelismos entre seu personagem, Clara, a última inquilina de um edifício que uma imobiliária quer demolir, e a ex-presidente Dilma Rousseff, cassada por um processo de impeachment.
"Clara é uma mulher que conhece seus direitos e quer fazê-los valer", comentou a atriz, para quem o que aconteceu com Dilma "é a mesma coisa".
"Ela sabia que não podia decepcionar todos os brasileiros que tinham votado nela. Não foi um julgamento justo, nunca se descobriu que ela, pessoalmente, fez algo errado", ressaltou.
A protagonista de "Gabriela" esclareceu que não é filiada a nenhum partido político. "Embora a direita do Brasil me chame de comunista só porque fui ao Festival de Cannes com um vestido vermelho", alfinetou.
"Se sou alguma coisa, porque me criei nos anos 60, é humanista. Amo meu país e fico preocupada com as futuras gerações (...) Já vivi uma ditadura, e para que devolvam a democracia é muito difícil. Não quero voltar a passar por isso", ponderou.

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