Edil Pacheco mandou dizer que a Bahia tá viva ainda lá
Portal Vermelho - 21 de outubro de 2016 - 20h17
Pense você nos principais nomes da música brasileira e, sem medo de errar, afirmo que a música do baiano Edil Pacheco tocou a todos. Clara Nunes, Chico Buarque e João Nogueira gravaram obras dele, que continua comovendo gerações. O percussionista e compositor paulista Paulinho Timor produziu em outubro uma temporada do baiano em São Paulo. A figura de Edil se agigantou em shows e rodas de samba, recuperando parte da memória da música da Bahia...que tá viva ainda lá.
Timor tem 34 anos e desde os 14 anos frequenta rodas de samba, ambiente responsável pela formação dele de batuqueiro e compositor. Passa algumas temporadas na Bahia, onde se tornou amigo do lendário músico Riachão. E foi ano passado em uma homenagem a Riachão na democrática Cantina da Lua que conheceu Edil. Um parêntese para a Cantina da Lua, bar e espaço cultural antológico do não menos popular e carismático Clarindo Silva. Edil foi visitar Clarindo e conheceu Timor. Foi um pulo pra São Paulo.
O show “Edil Pacheco: Afro, Afoxés e Outros sambas” aconteceu no Espaço Cachuera no dia 7. Ele foi acompanhado pelo grupo Os Bambas de Sampa, que reúne uma geração de jovens músicos que preservam a tradição das rodas de samba e da canção brasileira. São eles e elas: Paula Sanches, Flora Popovicc, Mariana Furquim, Paulinho Timor, Trio Gato com Fome, Marcelo Homero, Caê Rolfsen, Alann Abaddia, Cacá Sorriso, André Piruka, Miró Parma, Fabricio Alves e Koka Pereira.
Time armado, Edil tocou e cantou em São Paulo um repertório de rara beleza, entre elas Ara-keto (c/Paulo César Pinheiro), Ijexá, Coração Valente (c/Roque Ferreira), Siriê (c/Paulo Diniz), Terreiro de Jesus (c/ João Bosco e Francisco Bosco) e Na Paz do Congá (c/Canário). É descomunal a força de Edil interpretando as próprias canções.
Edil é cria de uma escola que gerou na Bahia Batatinha, Riachão e Ederaldo Gentil. Conheceu todos eles e se emociona, sobretudo, quando fala do sambista baiano Ederaldo Gentil, falecido em 2012 após um longo período afastado da carreira artística.
“Ninguém escreveu melhor que Ederaldo: O Ouro e a Madeira, De menor, Impressão digital, Identidade: são obras-primas. Ederaldo era genial, era um compositor fantástico, um amigo maravilhoso. Ele tem uma música chamado cimento fraco, que é uma maravilha”, se derramou Edil. “Teve um ano que Ederaldo fez nove sambas enredos pra todas as escolas”.
A música da Bahia, Edil (na foto à esquerda) sabe de cor e salteado. E não só. Quem esteve no Ó do Borogodó no dia 11 de outubro presenciou o jogo de cintura de Edil (foto) na roda de samba. Quando se fala do repertório de Paulinho da Viola, o baiano se derrete.
O sambista carioca e Edil se conhecem desde o final dos anos 60 e mantém amizade até hoje. Edil lembrou que naquele tempo quando Paulinho ia a Salvador ficava na casa dele. “Tinha terminado de comprar o apartamento e não tinha box. Eu saí cedo para trabalhar e um dia quando voltei o Paulinho tinha comprado uma cortina de plástico”, divertiu-se Edil.
A recepção paulista deixou Edil tão feliz e querendo retribuir. Disse que vai levar "uma enxurrada de paulistas" para as comemorações que ele organiza em torno do dia 2 de dezembro, dia nacional do samba.
Ano passado, quando completou 70 anos, Edil lançou o sétimo disco da carreira com o título de Mel da Bahia, a música é parceria com João Nogueira. Em São Paulo mostrou estar em grande forma, no canto e no violão. Quem esteve no Espaço Cachuera ou nas rodas do Samba do Sol e dos Inimigos do Batente pôde se assombrar com o carisma do homem. Edil é a música brasileira que vive na Bahia. Axé!
Assista a Música Ara-Keto, interpretada por Edil Pacheco e Os Bambas de Sampa no Espaço Cachuera em São Paulo no dia 7 de outubro
Pense você nos principais nomes da música brasileira e, sem medo de errar, afirmo que a música do baiano Edil Pacheco tocou a todos. Clara Nunes, Chico Buarque e João Nogueira gravaram obras dele, que continua comovendo gerações. O percussionista e compositor paulista Paulinho Timor produziu em outubro uma temporada do baiano em São Paulo. A figura de Edil se agigantou em shows e rodas de samba, recuperando parte da memória da música da Bahia...que tá viva ainda lá.
Por Railídia Carvalho
Reprodução facebook
Edil Pacheco (ao centro, de camisa verde) com uma parte dos músicos e o produtor Paulinho Timor (de vermelho)
O Portal Vermelhoconversou com Edil no dia seguinte à última apresentação dele em São Paulo na roda de samba do grupo Inimigos do Batente, do qual Paulinho Timor é fundador. Acessível e com aquele sotaque comovente, Edil está com os cabelos branquinhos nos seus 71 anos.
Explicou que o Timor fez uma coisa inédita: um show só com músicas de Edil e parceiros. “Paulinho confiou no meu taco e me trouxe pra são Paulo. Eu gostei muito porque o show montado foi uma coisa específica relacionada ao meu trabalho de compositor. A iniciativa dele me deixou muito contente”, contou Edil.
Timor tem 34 anos e desde os 14 anos frequenta rodas de samba, ambiente responsável pela formação dele de batuqueiro e compositor. Passa algumas temporadas na Bahia, onde se tornou amigo do lendário músico Riachão. E foi ano passado em uma homenagem a Riachão na democrática Cantina da Lua que conheceu Edil. Um parêntese para a Cantina da Lua, bar e espaço cultural antológico do não menos popular e carismático Clarindo Silva. Edil foi visitar Clarindo e conheceu Timor. Foi um pulo pra São Paulo.
O show “Edil Pacheco: Afro, Afoxés e Outros sambas” aconteceu no Espaço Cachuera no dia 7. Ele foi acompanhado pelo grupo Os Bambas de Sampa, que reúne uma geração de jovens músicos que preservam a tradição das rodas de samba e da canção brasileira. São eles e elas: Paula Sanches, Flora Popovicc, Mariana Furquim, Paulinho Timor, Trio Gato com Fome, Marcelo Homero, Caê Rolfsen, Alann Abaddia, Cacá Sorriso, André Piruka, Miró Parma, Fabricio Alves e Koka Pereira.
Time armado, Edil tocou e cantou em São Paulo um repertório de rara beleza, entre elas Ara-keto (c/Paulo César Pinheiro), Ijexá, Coração Valente (c/Roque Ferreira), Siriê (c/Paulo Diniz), Terreiro de Jesus (c/ João Bosco e Francisco Bosco) e Na Paz do Congá (c/Canário). É descomunal a força de Edil interpretando as próprias canções.
Edil é cria de uma escola que gerou na Bahia Batatinha, Riachão e Ederaldo Gentil. Conheceu todos eles e se emociona, sobretudo, quando fala do sambista baiano Ederaldo Gentil, falecido em 2012 após um longo período afastado da carreira artística.
“Ninguém escreveu melhor que Ederaldo: O Ouro e a Madeira, De menor, Impressão digital, Identidade: são obras-primas. Ederaldo era genial, era um compositor fantástico, um amigo maravilhoso. Ele tem uma música chamado cimento fraco, que é uma maravilha”, se derramou Edil. “Teve um ano que Ederaldo fez nove sambas enredos pra todas as escolas”.
A música da Bahia, Edil (na foto à esquerda) sabe de cor e salteado. E não só. Quem esteve no Ó do Borogodó no dia 11 de outubro presenciou o jogo de cintura de Edil (foto) na roda de samba. Quando se fala do repertório de Paulinho da Viola, o baiano se derrete.
O sambista carioca e Edil se conhecem desde o final dos anos 60 e mantém amizade até hoje. Edil lembrou que naquele tempo quando Paulinho ia a Salvador ficava na casa dele. “Tinha terminado de comprar o apartamento e não tinha box. Eu saí cedo para trabalhar e um dia quando voltei o Paulinho tinha comprado uma cortina de plástico”, divertiu-se Edil.
A recepção paulista deixou Edil tão feliz e querendo retribuir. Disse que vai levar "uma enxurrada de paulistas" para as comemorações que ele organiza em torno do dia 2 de dezembro, dia nacional do samba.
Ano passado, quando completou 70 anos, Edil lançou o sétimo disco da carreira com o título de Mel da Bahia, a música é parceria com João Nogueira. Em São Paulo mostrou estar em grande forma, no canto e no violão. Quem esteve no Espaço Cachuera ou nas rodas do Samba do Sol e dos Inimigos do Batente pôde se assombrar com o carisma do homem. Edil é a música brasileira que vive na Bahia. Axé!
Assista a Música Ara-Keto, interpretada por Edil Pacheco e Os Bambas de Sampa no Espaço Cachuera em São Paulo no dia 7 de outubro
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