Doria caça guerra com os paulistanos ao entregar Parque Augusta ao milionário da Cyrela

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Da Redação Viomundo - 07/10/2016
O milionário João Doria, eleito em primeiro turno prefeito de São Paulo com um terço dos votos dos paulistanos, esta caçando a sua própria praça Taksim.
Em 2013, na Turquia, centenas de milhares de pessoas foram às ruas de Istambul em defesa de uma praça que o governo local queria transformar em shopping center.
A repressão fez o país ferver e o governo recuar.

Não se tratava apenas da denúncia da gentrificação das metrópoles, um processo que por conta da globalização tem escala mundial — notem, por exemplo, que a “recuperação” da área portuária do Rio de Janeiro está ligada à construção de dezenas de edifícios de escritório que vão expulsar os pobres e a classe média baixa do centro da cidade. É a cidade a serviço dos negócios.
Em Recife, a batalha pelo espaço do cais José Estelita tem o mesmo pano de fundo: crescentemente, as pessoas querem decidir sobre o espaço físico em que habitam, contrariando governos que priorizam absolutamente o lucro e os negócios — e o fazem de maneira autoritária, com apoio da polícia.
São Paulo acaba de eleger um prefeito eminentemente vendedor. Um “gestor” que prioriza o automóvel e os negócios privados feitos com patrimônio público.
No Parque Augusta, Doria pode dar concretude à reação dos que querem o espaço urbano a serviço da população, não do lucro:
quinta-feira, 6 de outubro de 2016
Parque Augusta e o amiguinho do Doria
A eleição do privatista João Doria (PSDB) representa um duro baque para os defensores da humanização da brutalizada cidade de São Paulo. O ricaço invasor de áreas públicas em Campos do Jordão já afirmou que pretende privatizar os parques, incluindo o Ibirapuera.
Ele também manifestou a intenção de reduzir as ciclovias e de elevar o limite de velocidade nas avenidas da capital – para a alegria dos fanáticos da civilização do automóvel.
Nesta sanha privatista, alguns amiguinhos do empresário-picareta deverão se dar bem. É que o revela uma reportagem publicada na Folha nesta quarta-feira (5).
“O futuro do parque Augusta, na região central de São Paulo, deverá passar por uma negociação da gestão João Doria (PSDB) com uma construtora próxima do prefeito recém-eleito, a Cyrela. A família do tucano é amiga da família Horn, que controla a empresa e que é uma das donas do terreno. A Cyrela chegou a realizar neste ano uma exposição para homenagear a carreira de artista plástica da mulher de Doria, Bia. A construtora divide a responsabilidade pelo terreno do parque com a empresa Setin. Ambas travam um embate pela área com a Promotoria e a gestão Fernando Haddad (PT)”.
Há muitos anos, os moradores da região lutam para transformar o terreno num parque aberto à comunidade. Ativistas inclusive chegaram a ocupar o local, promovendo várias atividades artísticas. Já as duas empresas pretendem construir um empreendimento imobiliário de luxo.
O prefeito Fernando Haddad entrou na briga pelo espaço público e passou a negociar a compra do terreno. Já com o tucano João Doria, o terreno servirá à especulação imobiliária. Em entrevista ao jornal Estadão, o elitista já afirmou que o parque público está totalmente descartado. “A prefeitura não vai gastar dinheiro nisso… Quero deixar bem claro que não comprarei terreno para fazer parque ou praça”, afirmou o ricaço fascista.
Seus amiguinhos da Cyrela devem estar felizes. Eles apostaram no tucano e agora terão enormes lucros.
Conforme lembra a matéria da Folha, “a amizade de Doria com a família Horn é antiga. Em um perfil do fundador da construtora, Elie Horn, publicado em 2006 na revista ‘Exame’, Doria opinou sobre o modo de vestir do amigo. ‘Seus ternos são a la Antonio Ermírio de Moraes’, disse à publicação. Em abril, João Doria e Bia posaram com o filho do fundador da empresa, Efraim, durante a exposição da construtora para comemorar os 14 anos de carreira da artista. O evento foi realizado em um empreendimento de luxo da empresa na Vila Olímpia. Elie Horn doou R$ 100 mil à campanha de Doria, a mesma contribuição que fez a Marta Suplicy, Celso Russomanno e Haddad”.
Quanto à população da região, carente de espaços públicos, ela que se dane! O egoísmo burguês venceu as eleições em São Paulo!

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