Depois de tudo o que fez, Aécio não contava ser de novo o grande derrotado de uma eleição. Por Kiko Nogueira

Postado em 30 Oct 2016

João Leite e AécioJoão Leite e Aécio

Não há dúvida de que o PT foi o grande derrotado nas eleições municipais. Perdeu todas as cidades que disputou no domingo, de Anápolis a Santa Maria, passando por Mauá, Recife, Santo André, Vitória da Conquista e Juiz de Fora.
Mas isso já era previsível, de certa forma, dado o massacre dos últimos quatro anos, o golpe, a Lava Jato, a perseguição a Lula etc.
O que não estava combinado era a derrota humilhante do principal motor do impeachment, o homem que três dias depois do resultado de 2014 estava falando em anular o pleito.
Aécio Neves viu seu candidato em Belo Horizonte, João Leite, perder para Alexandre Kalil, ex-presidente do Atlético mineiro. O placar foi de 53,3% a 46,7%.

Ele já havia sido derrotado quando Pimenta da Veiga perdeu a eleição estadual para Fernando Pimentel.
Aécio vê sua situação se complicar para 2018. O rival Gerado Alckmin conseguiu emplacar seu João Doria no primeiro turno.
João Leite e Aécio conseguiram perder depois de Kalil dizer uma bobagem inacreditável no último debate. “Roubo, mas não pago propina”, disse ele ao rival, acusando-o de receber dinheiro de Furnas.
Um dia antes do resultado, Aécio havia bravateado: “Triste fim do PT em Belo Horizonte, triste destino do PT no Brasil”.
Aécio fez o que fez para desestabilizar o país. Como um menino mimado, reclamou o que não era seu. Tinha tudo a seu favor. A democracia que tentou solapar acabou lhe dando uma surra.
O que lhe serve de consolo é que o arqui inimigo José Serra também se deu mal. Ambos passam a dividir, agora, um futuro mais incerto do que nunca e o receio de topar com um superstar da Federal na porta de casa às 6h da manhã.

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Sobre o Autor
Diretor-adjunto do Diário do Centro do Mundo. Jornalista e músico. Foi fundador e diretor de redação da Revista Alfa; editor da Veja São Paulo; diretor de redação da Viagem e Turismo e do Guia Quatro Rodas.

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