Proposta da Petrobras 'afronta' trabalhadores. Resposta pode ser a greve
RETROCESSO
Empresa propõe reajuste de 4,97% a petroleiros, redução de jornada semanal com corte de salário e desvalorização da hora extra. Trabalhadores prometem "resposta dura"
por Redação RBA publicado 17/09/2016 18:07, última modificação 17/09/2016 18:13
SINDIPETROALSE
Retrocesso anunciado. Petrobras sob gestão Temer/Parente inicia campanha salarial com proposta de retirada de direitos conquistados pelas lutas dos trabalhadores
São Paulo – Reunião entre a direção da Petrobras e a Federação Única dos Petroleiros (FUP) terminou em total discordância entre as partes e indicações de que a categoria pode entrar em greve nos próximos dias. Segundo boletim divulgado pela FUP, a proposta para o Termo Aditivo do Acordo Coletivo que a Petrobras apresentou na sexta-feira (16) "é uma afronta aos petroleiros". A FUP e seus sindicatos prometem anunciam que "darão uma resposta dura" à direção da empresa.
Além de voltar atrás na implantação do Acordo Coletivo de Trabalho 2015/2017, fechado na mesa de negociação e aprovado pela categoria, os petroleiros relatam que "a empresa apresenta proposta de congelamento do salário-base e da de redução da hora extra", além da retirada de direitos conquistados em campanhas anteriores da categoria.
O boletim informa que conselho deliberativo da FUP se reúne segunda-feira (19), para discutir os rumos da atual campanha salarial, a partir da proposta de redução de direitos apresentada pela gestão de Pedro Parente, escolhido por Michel Temer.
"Nada vai garantir as nossas reivindicações, a manutenção do nosso salário, se não for a luta. A FUP e seus sindicatos darão uma resposta dura", afirmou o coordenador da FUP, José Maria Rangel.
Na norma
Durante a reunião com a Petrobras, a FUP protocolou Termo de Ciência e Compromisso, cobrando da empresa o cumprimento integral de todos os padrões e procedimentos operacionais contidos nas Normas Regulamentadoras e em seus anexos, bem como os itens de Segurança Operacional da ANP – a medida visa barrar a precarização das condições de trabalho, a prática de assédio moral, abusos e exploração dos trabalhadores.
O documento destaca que "qualquer gestor da empresa que assediar, incitar ou persuadir qualquer empregado para o não cumprimento dos procedimentos, normas e padrões (...) serão denunciados por violação do código de ética do Sistema Petrobras e serão responsabilizados criminalmente por acidentes decorrentes".
A FUP reivindica uma reposição da inflação (8,74% nos 12 meses até julho) e mais 5% de aumento real.
- Reajuste de 4,97% para os trabalhadores com remuneração até R$ 9 mil ou um valor fixo de R$ 447,30 para os acima desse valor;
- Redução da remuneração das horas extras de 100% para 50%;
- Redução da jornada do administrativo de horário flexível, de 8 horas para 6 horas diárias, com redução de 25% da remuneração.
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