Petroleiros afirmam que venda de gasodutos é crime de lesa-pátria
Em nota divulgada na tarde desta sexta (23), a Federação Única dos Petroleiros (FUP) crítica de forma veemente a venda de 90% da rede de gasodutos Nova Transportadora Sudeste (NTS) da Petrobras a um consórcio liderados pela canadense Brookfield Infrastructure Partners (BIP). De acordo com os petroleiros, entregar os gasodutos a estrangeiros é um "crime de lesa-pátria".
"Da mesma forma que aconteceu nas privatizações das distribuidoras do Sistema Elétrico, vai sobrar para a população pagar essa conta. Além do consumo doméstico, o gás natural é utilizado pela indústria e cada vez ma
is presente na matriz energética, através das termelétricas. Perde o país, perde a indústria nacional e perde o consumidor", escrevem os petroleiros.
De acordo com eles, a venda de mais esse ativo acelera o desmonte da Petrobras como uma empresa integrada de energia. "Estamos, portanto, diante da liquidação do maior patrimônio nacional. O desmonte da Petrobras será o desmonte do país. Os petroleiros têm travado imensas batalhas para impedir que esse crime se consolide. Essa, no entanto, é uma luta que não venceremos sozinhos. Ou a sociedade se levanta contra a entrega da Petrobras e do pré-sal ou o Brasil perderá de vez o seu futuro", completam.
A Associação de Engenheiros da Petrobras também condenou a venda da NTS.Segundo o vice-presdiente da entidade, Fernando Siqueira, trata-se de "um desastre estratégico, já que uma malha de dutos constitui um monopólio natural e entregá-lo a uma empresa estrangeira é uma total irresponsabilidade ou possível má fé.”
Leia abaixo a íntegra da FUP:
Entregar gasodutos do país a investidores estrangeiros é crime de lesa-pátria
O Conselho de Administração da Petrobrás aprovou mais um crime da gestão Pedro Parente contra o patrimônio público. A Nova Transportadora do Sudeste (NTS), subsidiária responsável pelo escoamento de 70% do gás natural do país, foi vendida para um grupo de investidores estrangeiros, liderados pela canadense Brookfield Infrastructure Partners (BIP).
A maior e mais lucrativa malha de gasodutos da Petrobrás terá 90% de seu controle nas mãos de um fundo de investimento multinacional, que monopolizará o transporte do gás natural no sudeste brasileiro. A estatal, assim como qualquer outra operadora, será obrigada a pagar o preço que a Brookfield e seus parceiros exigirem, pois não existem outros gasodutos na região. Soma-se a isso o crescimento cada vez maior da produção nos campos do Pré-Sal, cujas jazidas estão justamente no Sudeste.
Da mesma forma que aconteceu nas privatizações das distribuidoras do Sistema Elétrico, vai sobrar para a população pagar essa conta. Além do consumo doméstico, o gás natural é utilizado pela indústria e cada vez mais presente na matriz energética, através das termelétricas. Perde o país, perde a indústria nacional e perde o consumidor.
Além disso, a venda da NTS, assim como a da BR Distribuidora e da Liquigás, acelera o desmonte da Petrobrás como uma empresa integrada de energia. No rastro, virão outros ativos estratégicos, como já aconteceu com Carcará. Pedro Parente anunciou, inclusive, a intenção de privatizar também a Transpetro e as refinarias. Podemos perder muito mais ainda se a Câmara dos Deputados Federais aprovar o PL 4567/16, que tira da Petrobrás a operação do Pré-Sal, bem como a participação mínima de 30% em cada campo que vier a ser licitado.
Estamos, portanto, diante da liquidação do maior patrimônio nacional. O desmonte da Petrobrás será o desmonte do país. Os petroleiros têm travado imensas batalhas para impedir que esse crime se consolide. Essa, no entanto, é uma luta que não venceremos sozinhos. Ou a sociedade se levanta contra a entrega da Petrobrás e do Pré-Sal ou o Brasil perderá de vez o seu futuro.
Informação já havia "vazado" para a mídia
A venda da NTS para o grupo Brookfield já havia sido noticiado pela mídia há mais de 15 dias. O jornal Valor chegou a revelar que a informação privilegiada foi obtida através de "uma fonte com conhecimento da transação". Em nota divulgada no dia 09 de setembro, a FUP questionou a relação promíscua que a atual direção da Petrobrás vem mantendo com a mídia:
"Desde que assumiu a presidência da Petrobrás, Pedro Parente vem recorrendo à imprensa para anunciar propostas e ventilar intenções em relação à empresa e até mesmo aos trabalhadores. Não foi à toa que escolheu a dedo para assessora-lo uma jornalista da área econômica que já passou por veículos como Veja, Folha, Estadão, O Globo e Valor, jornal onde assinava uma coluna até pouco tempo atrás", destacou a FUP.
"Usar a mídia como canal de apoio ao projeto de desmonte da Petrobrás, apesar de questionável, é uma estratégia da gestão da empresa. O que é inadmissível é a imprensa ter acesso a decisões internas da companhia, inclusive, aquelas que são relevantes para o mercado e que deveriam obedecer às regras de confidencialidade. É ainda mais preocupante o fato da mídia divulgar como certa uma transação comercial que sequer foi submetida à decisão do Conselho de Administração", declarou a Federação na época.
FUP
O Conselho de Administração da Petrobrás aprovou mais um crime da gestão Pedro Parente contra o patrimônio público. A Nova Transportadora do Sudeste (NTS), subsidiária responsável pelo escoamento de 70% do gás natural do país, foi vendida para um grupo de investidores estrangeiros, liderados pela canadense Brookfield Infrastructure Partners (BIP).
A maior e mais lucrativa malha de gasodutos da Petrobrás terá 90% de seu controle nas mãos de um fundo de investimento multinacional, que monopolizará o transporte do gás natural no sudeste brasileiro. A estatal, assim como qualquer outra operadora, será obrigada a pagar o preço que a Brookfield e seus parceiros exigirem, pois não existem outros gasodutos na região. Soma-se a isso o crescimento cada vez maior da produção nos campos do Pré-Sal, cujas jazidas estão justamente no Sudeste.
Da mesma forma que aconteceu nas privatizações das distribuidoras do Sistema Elétrico, vai sobrar para a população pagar essa conta. Além do consumo doméstico, o gás natural é utilizado pela indústria e cada vez mais presente na matriz energética, através das termelétricas. Perde o país, perde a indústria nacional e perde o consumidor.
Além disso, a venda da NTS, assim como a da BR Distribuidora e da Liquigás, acelera o desmonte da Petrobrás como uma empresa integrada de energia. No rastro, virão outros ativos estratégicos, como já aconteceu com Carcará. Pedro Parente anunciou, inclusive, a intenção de privatizar também a Transpetro e as refinarias. Podemos perder muito mais ainda se a Câmara dos Deputados Federais aprovar o PL 4567/16, que tira da Petrobrás a operação do Pré-Sal, bem como a participação mínima de 30% em cada campo que vier a ser licitado.
Estamos, portanto, diante da liquidação do maior patrimônio nacional. O desmonte da Petrobrás será o desmonte do país. Os petroleiros têm travado imensas batalhas para impedir que esse crime se consolide. Essa, no entanto, é uma luta que não venceremos sozinhos. Ou a sociedade se levanta contra a entrega da Petrobrás e do Pré-Sal ou o Brasil perderá de vez o seu futuro.
Informação já havia "vazado" para a mídia
A venda da NTS para o grupo Brookfield já havia sido noticiado pela mídia há mais de 15 dias. O jornal Valor chegou a revelar que a informação privilegiada foi obtida através de "uma fonte com conhecimento da transação". Em nota divulgada no dia 09 de setembro, a FUP questionou a relação promíscua que a atual direção da Petrobrás vem mantendo com a mídia:
"Desde que assumiu a presidência da Petrobrás, Pedro Parente vem recorrendo à imprensa para anunciar propostas e ventilar intenções em relação à empresa e até mesmo aos trabalhadores. Não foi à toa que escolheu a dedo para assessora-lo uma jornalista da área econômica que já passou por veículos como Veja, Folha, Estadão, O Globo e Valor, jornal onde assinava uma coluna até pouco tempo atrás", destacou a FUP.
"Usar a mídia como canal de apoio ao projeto de desmonte da Petrobrás, apesar de questionável, é uma estratégia da gestão da empresa. O que é inadmissível é a imprensa ter acesso a decisões internas da companhia, inclusive, aquelas que são relevantes para o mercado e que deveriam obedecer às regras de confidencialidade. É ainda mais preocupante o fato da mídia divulgar como certa uma transação comercial que sequer foi submetida à decisão do Conselho de Administração", declarou a Federação na época.
FUP
Do Portal Vermelho
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