Esse é o melhor momento para Erundina e Jandira desistirem da disputa. Por Leo Mendes
Postado em 30 Sep 2016
Rio de Janeiro e São Paulo vivem a possibilidade real de ter um segundo turno disputado entre a direita e a Igreja Universal.
É algo especialmente trágico tendo em vista que a esquerda apresentou bons candidatos.
Em São Paulo, Haddad foi um prefeito bastante acima da média, comparado com antecessores que conseguiram a reeleição.
No Rio, Marcelo Freixo é o principal representante político dos setores mais progressistas da sociedade.
Jandira e Erundina fizeram uma campanha belíssima, tiveram participações decisivas nos debates. São mulheres fortes, inteligentes, com bastante experiência e sobre quem não pairam dúvidas quanto caráter e honestidade.
Seriam prefeitas bastante respeitadas por qualquer progressista, e poderíamos todos esperar uma ótima gestão.
Infelizmente, nenhuma delas é possível nesse momento.
Talvez nenhum bom candidato seja possível nesses tempos tão sombrios, e teremos mesmo que engolir na prefeitura o caviar lifestyle de Dória ou os sermões moralistas e retrógados do Bispo Crivella.
A questão é que, com o perdão do clichê, a esperança é a última que morre. E poderíamos mantê-la ao menos até o segundo o turno.
E não se trata de uma questão partidária, de uma disputa PTxPSOLxPCdoB para saber qual partido é mais ou menos de esquerda, mais ou menos avesso ao fisiologismo e à governabilidade de alianças espúrias.
Marcelo Freixo e Erundina são do PSOL, Jandira do PCdoB e Haddad do PT.
É uma questão de possibilidade e momento.
No momento, só Freixo e Haddad tem chances.
E ainda há tempo.
Não de reverter o quadro, mas de Jandira e Erundina desistirem.
Se não elas, seus eleitores.
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