Elegibilidade de Dilma agrava crise de Temer com PSDB e DEM


Agência Senado
O tucano Cássio Cunha Lima disse: "Estou fora do governo"O tucano Cássio Cunha Lima disse: "Estou fora do governo"
Aécio Neves (MG), presidente da legenda, tentou botar panos quentes. Disse que "a questão essencial foi resolvida" (impeachment), mas salientou que a decisão causa "enormes preocupações".

"Caberia ao PMDB ter uma posição única e sólida em defesa de todo o processo", disse o tucano. "Quero crer que não tenha havido algum tipo de entendimento que não nos tenha sido comunicado com outras forças da política nacional", completou Aécio.

O senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) disse que as legendas pretendem recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a decisão pela qual o Senado que manteve a legibilidade da presidenta legitimamente eleita. Caiado disse que ingressará com um mandado de segurança no Supremo para contestar o fatiamento da votação.



Em entrevista coletiva, Caiado revelou que a sua preocupação é que Dilma volte a ser eleita para um cargo eletivo. "Daqui a pouco Dilma vai virar ministra de Estado. Isso é inadmissível. Vamos recorrer ao Supremo", declarou.

Durante a sessão, o líder do governo ilegítimo no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), fez a defesa da cassação dos direitos políticos de Dilma Rousseff por oito anos, após o Senado decidir pela aprovação do golpe.

Seguindo o discurso que fez logo após a derrota nas urnas, em 2014, em que afirmou que queria ver a Dilma “sangrar”, o tucano aproveitou para atacar os movimentos sociais. “Hoje o país está calmo. As únicas desordens nesses dias são de fascistoides na órbita do PT. Agora vem pedir que sejamos condescendentes”, esbravejou.

A mágoa é porque peemedebistas engordaram a lista dos senadores que votaram pela manutenção dos direitos políticos. Entre os quais o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), que ao se posicionar deixou até a senadora Simone Tebet surpresa.

Na tentativa de gerar um constrangimento junto aos parlamentares, Cunha Lima usou todos os artifícios. Disse que o PMDB tinha feito um acordo para que fosse aplicado o mesmo entendimento no processo de cassação do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

"Esta votação terá repercussões na cassação do Cunha, pelo acordo feito, como poderá ter repercussão nas relações - pelo menos na minha - com o governo. Nós sequer fomos avisados de que havia esse entendimento", acrescentando: "Eu estou fora do governo".

O senador Romero Jucá (PMDB-RR) avaliou que o fato de alguns peemedebistas terem mudado de posicionamento na segunda votação "vai dar trabalho" para Temer.

Fazendo as contas

Vale destacar que, somando os 16 dos 61 senadores que votaram a favor do afastamento definitivo de Dilma Rousseff mas optaram por manter os direitos políticos da presidenta, com os 20 votos dos senadores que votaram contra o golpe, teríamos nada menos que 36 votos. Hipoteticamente poderiamos dizer que, 16 votos foram daqueles que não concordaram com a tese de crime de responsabilidade?

Veja quais foram os senadores que votaram pelo impeachment, mas mantiveram os direitos políticos de Dilma:

Acir Gurgacz - PDT-RO
Antonio Carlos Valadares - PSB-SE
Cidinho Santos - PR-MT
Cristovam Buarque - PPS-DF
Edison Lobão - PMDB-MA
Eduardo Braga - PMDB-AM
Hélio José - PMDB-DF
Jader Barbalho - PMDB-PA
João Alberto Souza - PMDB-MA
Raimundo Lira - PMDB-PB
Renan Calheiros - PMDB-AL
Roberto Rocha - PSB-MA
Rose de Freitas - PMDB-ES
Telmário Mota - PDT-RR
Vicentinho Alves - PR-TO
Wellington Fagundes - PR-MT

Se abstiveram

Eunício Oliveira - PMDB-CE
Maria do Carmo Alves - DEM-SE
Valdir Raupp - PMDB-RO



Do Portal Vermelho

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