Centrais preparam ato nacional em defesa de direitos trabalhistas
Dia Nacional de Mobilização e Luta por Emprego e Garantia de Direitos terá paralisações parciais em locais de trabalho, além de atos diante de sedes de federações empresariais em todas as capitais
por Redação RBA publicado 12/08/2016 13:50, última modificação 12/08/2016 16:50
MÍDIA NINJA
Em São Paulo, manifestação será na Avenida Paulista, em frente à sede da Fiesp, palco de outros atos
São Paulo – As oito centrais sindicais que participaram da organização estão finalizando os preparativos para as manifestações da próxima terça-feira (16), no chamado Dia Nacional de Mobilização e Luta por Emprego e Garantia de Direitos. Estão previstas paralisações parciais em locais de trabalho, além de atos diante de sedes de federações empresariais. Em São Paulo, por exemplo, a concentração será na Federação das Indústrias do Estado (Fiesp), na Avenida Paulista, a partir das 10h. "Os empresários financiaram o golpe e agora estão cobrando a conta. Acham que nós é que vamos pagar. Estão enganados. Esse pato não é nosso", afirma o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas.
"O golpe travestido de impeachment que resultou no afastamento de Dilma e na entronização do usurpador Michel Temer no Palácio do Planalto tem um caráter de classe que transparece claramente nas intenções e nos gestos do governo ilegítimo", acrescenta o presidente da CTB, Adilson Araújo. "É um golpe do capital contra o trabalho, cujo principal alvo é a classe trabalhadora brasileira, a democracia e a soberania nacional."
Favorável ao impeachment, o presidente da Força Sindical e do Solidariedade, deputado Paulo Pereira da silva, o Paulinho, lembra que na terça-feira as centrais vão divulgar um manifesto, aprovado durante assembleia em 26 de julho, que inclui itens como redução dos juros e da jornada de trabalho, retomada dos investimentos e estímulo ao setor da construção civil. "O nosso posicionamento, ante a situação caótica pela qual atravessa a economia brasileira, com juros altos, inflação, insolvência de empresas e uma taxa de desemprego prestes a ultrapassar a casa dos 12 milhões de pessoas sem trabalho, é de total contrariedade com as forças conservadoras que, indiferentes à gravidade do atual cenário econômico, ainda pregam uma jornada de trabalho de 80 horas semanais", diz, em referência a pronunciamento, depois contestado, do presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade.
As centrais também se organizam contra o Projeto de Lei (PLC) 30, já aprovado na Câmara e atualmente tramitando no Senado, que amplia a terceirização. As entidades se opõem à flexibilização de direitos e às propostas do governo interino para a reforma da Previdência. "Vamos resistir, vamos lutar para impedir o aumento da exploração e a retirada de direitos. A mobilização do dia 16 é um dos passos dessa resistência rumo a uma greve geral", afirma Vagner Freitas. Segundo ele, a questão do negociado sobre o legislado pode ser aceita "desde que seja negociado mais do que está na CLT". "Aceitamos desde que seja uma proposta melhor para o trabalhador, nada mais do que isso", complementa.
Adilson, da CTB, ressalta ainda os prejuízos aos trabalhadores com a retomada do programa de privatizações. E critica "a vergonhosa entrega do pré-sal ao capital estrangeiro", com as mudanças em discussão no Congresso. "O povo brasileiro, que em sua ampla maioria integra a classe trabalhadora, é quem mais tem a perder com a transferência dos lucros do petróleo da saúde e educação, como previsto no Fundo Social, para os cofres abarrotados das multinacionais e o caixa 2 de políticos ligados ao capital estrangeiro, José Serra, entre outros. A mudança da política externa sob o chanceler golpista parece que vem sendo ditada por Washington."
Hoje (12), os presidentes das seis centrais reconhecidas formalmente (CSB, CTB, CUT, Força, Nova Central e UGT divulgaram nota na qual reiteram "sua posição de não aceitarem qualquer proposta ou negociação com que visem retirar direitos trabalhistas e previdenciários da classe trabalhadora ou precarizar ainda mais as relações de trabalho".
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