O triângulo Cunha, Aécio e Andreia Sadi: as relações promíscuas entre a política e o jornalismo

Casada com um primo de Aécio e com uma antiga conexão com Cunha: Andreia Sadi Casada com um primo de Aécio e com uma antiga conexão com Cunha: Andreia Sadi[/caption
texto abaixo foi escrito por um jornalista de Brasília. Ele nos pediu anonimato.
Você quer saber o que Eduardo Cunha acha das acusações contra ele? Ou sua reação a mais uma acusação? Ou que dizem os seus assessores? Ou se ele está calmo ou nervoso? Os seus problemas acabaram! Basta assistir ao canal Globonews e a repórter Andreia Sadi vai contar tudo. Todos os dias, na Tv e no Twitter a repórter se esmera em contar o passo-a-passo, feito uma porta-voz. Nenhum político — nem mesmo Temer ou Meirelles que a Globo ama tanto — tem esse privilégio de um repórter exclusivo.

A tabelinha Cunha-Andreia já é conhecida dos leitores do DCM. Foi a repórter da Globonews que o presidente afastado da Câmara usou para informar que havia se encontrado com Michel Temer, uma clara demonstração de força que a turma do presidente interino preferiria ver escondida. A operação que protege Cunha, mas desinforma o público está toda contada aqui.

A história de Cunha e Andreia vem de longe. Casada com um primo de Aécio Neves, a repórter começou na Folha de S. Paulo tendo Cunha e o primo postiço como fontes. Ganhou destaque quando noticiou que Renan Calheiros havia usado um jato da FAB para fazer seu exitoso implante de cabelos (informação passada por Cunha) e passou a ser a fiel reprodutora das informações de Cunha no jornal.
Se você digitar o nome dos dois no site da Folha Online, vai receber 502 textos _ uma quantidade absurda para quem não cobria Câmara. Quem se der ao trabalho de olhar vai enxergar Cunha como um homem corajoso, sem medo de bater no PT, de enfrentar Dilma e de jurar sua inocência das injustiças dos investigadores da Lava Jato. Nenhuma crítica, nada que possa parecer de longe com jornalismo.
Essa proximidade foi incomodando a direção da Folha, especialmente o editor-executivo Ricardo Balthazar, até que apareceu esta pérola: http://www1.folha.uol.com.br/poder/2015/06/1636170-filha-de-cunha-faz-marketing-politico-para-deputados-de-olho-em-2016.shtml. No texto, a filha do então presidente da Câmara, Danielle Cunha, é apresentada como uma publicitária que faz sucesso prestado serviços de marketing digital para deputados. Leia o texto, caro leitor, e enxergue como o jornalismo pode ser subalterno.
Pressionada pela editoria em São Paulo, o texto marcou Andreia que viu que sua carreira no jornal estava condenada. Ela apelou então para outro padrinho, o colunista do Globo Jorge Bastos Moreno. Através de Moreno, ela conheceu Ali Kamel e daí foi para a Globonews, onde voltou a fazer o que sabe melhor, noticiar o dia-a-dia de Cunha e informar Aécio o que se passa nos bastidores das redações.
Não por acaso, na coluna deste sábado, Moreno fez questão de publicar um desagravo à repórter, lhe dando o crédito de saber do encontro Temer-Cunha, como se a manobra não tivesse a malícia mostrada pelo DCM.
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