Dilma encontra senadores e ampliará viagens custeadas por campanha
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Presidenta tem encontros "sem alarde" com parlamentares nas últimas semanas e prepara agenda com lideranças e movimentos pelo país. "Vaquinha" idealizada por amigas supera meta
por Redação RBA publicado 14/07/2016 13:20, última modificação 14/07/2016 13:22
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São Paulo – A campanha de financiamento coletivo Jornada pela Democracia, criada por amigas da presidenta afastada Dilma Rousseff, alcançou até hoje (14), último dia de permanência no site de crowdfunding Catarse, pouco mais de R$ 755 mil. A arrecadação já é mais de 150% da meta de levantar R$ 500 mil com objetivo de custear as viagens de Dilma em seus movimentos de resistência ao processo de impeachment – cuja votação final no Senado está prevista para ocorrer entre 22 e 26 de agosto.
Idealizada por Guiomar Lopes e Celeste Martins, amigas de Dilma desde os tempos de resistência à ditadura, a Jornada pela Democracia foi posta no ar no dia 29 de junho, em resposta à decisão do interino Michel Temer de vetar uso de aviões da FAB por Dilma em viagens que não sejam para Porto Alegre. Em duas semanas, teve participação de mais de 11.200 doadores pessoas físicas. Na ocasião, Temer admitiu em entrevista ter adotado a medida para coibir os movimentos da presidenta em reação ao "golpe" – termo admitido pelo próprio interino ao jornalista Roberto D’Ávila, do canal GloboNews.
Os recursos permitirão à presidenta afastada percorrer cerca de 25 mil quilômetros, ao custo de R$ 30 por quilômetro – valor correspondente à logística necessária aos voos fretados, segundo integrante da equipe que a acompanha.
A "agenda de resistência" já tem confirmada viagens ao Piauí, hoje, e previsão de um encontro no campus da Universidade Federal do ABC em São Bernardo do Campo, na próxima segunda-feira (18), às 12h. O ato, "em defesa das políticas de educação, ciência, tecnologia e inovação", é organizado pela Associação de Docentes da universidade.
De acordo com pessoas próximas, Dilma tem evitado alardear as reuniões mantidas nas últimas semanas com senadores visando à votação final do processo de impeachment. "Hoje mesmo (ontem, 13) ela está reunida com parlamentares no Alvorada. Mas não queremos expor esses encontros para evitar que sejam ostensivamente assediados pela tropa de Temer", diz um interlocutor frequente da presidenta.
São necessários os votos de pelo menos 28 senadores contrários ao impeachment para evitar o afastamento definitivo. Na votação contra a admissibilidade do processo, em 12 de maio, Dilma obteve 22.
Alternativa
Em entrevista à RBA, a presidenta menciona o sucesso da campanha e considera que o modele poderia inspirar uma forma financiamento de campanhas. "Não acho que vá servir de referência para as próximas campanhas eleitorais, mas se for vai ser bom, porque será uma forma mais democrática de financiamento", diz.
Dilma enaltece o gesto das amigas – "Foram companheiras minhas, com os quais eu dividi um momento difícil da minha vida, que foi a prisão, que abriram essa campanha de solidariedade". E enfatiza sua causa: "Queremos restabelecer a democracia, fazer o Brasil voltar a crescer e restabelecer todos os direitos e as ameaças a direitos, tanto as efetivas como as ameaças virtuais, aquelas que ainda vão ocorrer".
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