Tite tem uma única resposta inteligente caso seja convidado para a seleção: não. Por Scott Moore

Postado em 14 Jun 2016
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Se for esperto, recusa
Se for esperto, recusa
Ladies & Gentlemen:
Há uma única resposta possível para Tite caso ele seja mesmo convidado para a seleção brasileira: não.
Não com os dirigentes da CBF, não com a influência da Globo, não com os comentaristas esportivos brasileiros: é um jogo perdido.
Tite tem uma história exemplar: a de outro técnico do Corinthians alçado à seleção, Brother Menezes. Foi um fiasco. Sua carreira acabou ali.

Para dar certo, Tite teria que exigir da CBF o que ela não pode lhe dar: Pelé, Garrincha, Rivellino, Gérson, Jairzinho, Didi, Tostão, Nílton Santos.
Guardiola fez exigências de jogadores para assumir meu City. Mourinho fez o mesmo para assumir o United.
Tite teria que fazer exigências semelhantes para pegar a seleção. Mas ninguém pode atendê-lo.
Os jogadores são estes que estavam ali na Copa América. Não adianta esperar, nem de Dunga e nem de Tite e nem de ninguém, que eles joguem como os míticos craques brasileiros dos anos 50, 60 e parte dos 70.
Tite chegaria à seleção debaixo de expectativas enormes — e irrealistas. Logo se transformaria numa decepção, e seria tratado como Dunga é agora pela crítica esportiva.
No Corinthians, ele goza de uma coisa raríssima, única talvez, no futebol brasileiro: estabilidade.
Se ele estivesse na seleção, um desastre como a eliminação precoce do Corinthians na Libertadores provavelmente lhe custaria o cargo.
Ladies & Gentlemen: enquanto o mundo do futebol brasileiro, a começar pelos jornalistas, não aceitarem que não somos mais os gênios do passado comandar a seleção será uma fria.
Tite, se for para a seleção, terá uma curta lua de mel e uma eternidade de sofrimento.
Presumo que ele saiba disso melhor que todos nós.
Sincerely.
Scott
Tradução: Erika Kazumi Nakamura
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Sobre o Autor
Aos 53 anos, o jornalista inglês Scott Moore passou toda a sua vida adulta amargurado com o jejum do Manchester City, seu amado time, na Premier League. Para piorar o ressentimento, ele ainda precisou assistir ao rival United conquistando 12 títulos neste período de seca. Revigorado com a vitória dos Blues nesta temporada, depois de 44 anos na fila, Scott voltou a acreditar no futebol e agora traz sua paixão às páginas do Diário.

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