Tite! Mas e agora? Por Thiago Cassis

21 de junho de 2016 - 14h25 - Portal do Vermelho


Técnico Tite em sua apresentação na Seleção BrasileiraTécnico Tite em sua apresentação na Seleção Brasileira
Corintianos, torcedores de todos os outros times, imprensa esportiva, a grande maioria das pessoas que acompanham e gostam de futebol no Brasil estão de acordo com a escolha do gaúcho.

Mas e a estrutura da CBF? Essa continua a mesma. E poderá Tite enfrentar a bagunça atual da CBF, que dificilmente terá seu presidente sequer viajando para fora do país para acompanhar o trabalho do treinador? E por que não viaja?

Vamos falar da missão do Tite…



Muito se fala sobre a imposição por parte de patrocinadores e empresários na convocação de determinados jogadores na seleção. Isso existe mesmo? E se for assim, Tite vai conseguir bancar o convite aos atletas que ele realmente deseja para construir sua equipe ideal?

São muitas interrogações. E ainda temos poucas respostas.

E uma vez contando com os 22 de sua preferência, Tite conseguirá implementar seu ritmo de trabalho e esquema de jogo assim como fez de forma brilhante no Corinthians? Essa pergunta é a única que deveríamos estar tentando responder caso tivéssemos uma federação organizada. É aqui que o texto deveria começar.

Tite vem de dois grandes momentos no Corinthians. O primeiro, em 2012, com uma equipe que era considerada sem “estrelas” conseguiu montar um quadro quase imbatível. Mas sem muito brilho. O time não tomava gols. Entre as oitavas de final da Libertadores e a final do Mundial foram 10 jogos, e o time de Tite tomou impressionantes dois gols. Um de Neymar e outro do Boca Juniors na temida La Bomboneira. E foi só. No final do ano o time achou um camisa 9, e com dois gols de Guerrero, um em cada jogo, o Corinthians conquistava o mundo.

O segundo grande momento do treinador no alvinegro paulista foi em 2015. Dessa vez, além de uma defesa difícil de ser vencida, Tite estruturou um meio de campo muito criativo. Com Jadson e Renato Augusto o treinador tinha uma meia cancha com dois jogadores raros no futebol brasileiro atualmente. Levou fácil o Brasileiro. Após alguns massacres, com o 3 a 0 no Atlético-MG na casa do adversário e o impressionante 6 a 1 no São Paulo, com um Corinthians formado inteiramente por reservas.

Portanto, Tite chega credenciado para o cargo. Coisa que Dunga, o anterior, não era. Mas acima de Tite tem uma estrutura dilacerada, uma abismal desorganização. E esse é um dos principais adversários do treinador. Que ele tenha sorte e competência. O futebol brasileiro está precisando.



*É jornalista e coordenador do Coletivo Futebol, Mídia e Democracia do Barão de Itararé

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