Secretário-geral da OEA 'tentou se tornar um poder supranacional', diz Nicolás Maduro

Opera Mundi - Redação | São Paulo - 31/05/2016

Após Luis Almagro invocar Carta Democrática Interamericana, presidente da Venezuela disse que Constituição do país é 'a única carta que reconhecemos'

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou nesta terça-feira (31/05) que o secretário-geral da OEA (Organização dos Estados Americanos), Luis Almagro, “tentou se tornar um poder supranacional” ao invocar a Carta Democrática Interamericana da entidade, medida que convoca uma reunião do Conselho Permanente dos Estados-membros para tratar sobre o que Almagro julga ser uma “crise institucional” da Venezuela.
EFE

Em discurso, o presidente Nicolás Maduro criticou, em frente à sede do governo, a medida do secretário-geral da OEA, Luis Almagro
“[Almagro] tentou se tornar um poder supranacional, por cima da carta da OEA e da Constituição, que é a única carta que reconhecemos”, declarou Maduro em um pronunciamento em frente ao Palácio de Miraflores, sede do governo, onde ocorria uma marcha de apoiadores do presidente.


Segundo Maduro, a direita venezuelana promove o intervencionismo no país, o que configuraria uma violação da Constituição. O presidente disse que o plano de seus opositores era “incendiar o país em abril e maio”, quando ocorreram protestos pelo racionamento de energia elétrica em decorrência da seca que culminaram em onda de saques em algumas regiões do país, mas o governo e a população teriam garantido a paz. “Eles ficaram desesperados porque o plano era incendiar a Venezuela”, disse, se referindo à medida de Almagro.

 “Vamos batalhar pela Venezuela, pela paz, pelo direito à independência. O direito à independência, à liberdade e à soberania é irrenunciável”, afirmou Maduro. Para o presidente, com a invocação da Carta Democrática ocorrerá uma “luta na OEA e nas ruas da América Latina e do Caribe” pela soberania nacional.
Os opositores de Maduro buscam realizar um referendo revogatório do mandato presidencial, dispositivo previsto na Constituição. Atualmente, a oposição está em processo de validação das assinaturas recolhidas para convocar o referendo. Caso o pleito ocorra até o fim do ano e decida pela revogação do mandato de Maduro, haveria novas eleições presidenciais. Esse mesmo resultado a partir de janeiro de 2017 faria com que o vice-presidente, Aristóbulo Istúriz, do mesmo partido de Maduro, assumisse a Presidência, sem novas eleições. Com isso, a oposição tem interesse em acelerar o processo.

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