Indicação de Romário para SNPD é vista como moeda de troca para impeachment

 
Jornal GGN - A exoneração do Secretario Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência foi publicada no Diário Oficial da União desta segunda (27). Antonio José Ferreira, que vem de longa data na atuação pelo movimento de cegos e pessoas com deficiência, foi substituído por Roseane Cavalcante Freitas, por indicação de Romário (PSB-RJ), um ato apontado como moeda de troca para o senador manter o voto pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff.
 
O parlamentar renunciou no dia 1º de junho à vaga na Comissão do Impeachment, após manifestar dúvidas sobre a decisão final do afastamento de Dilma. Quase uma semana depois, Romário encaminha ao então ministro da Justiça de Temer, Alexandre de Moraes, um ofício intitulado "Sugestão para assumir a Secretaria Nacional de Promoção das Pessoas com Deficiência".
 
No documento, o senador indica Rosinha da Adefal, como é conhecida a ex-Secretária da Mulher e dos Direitos Humanos do Estado de Alagoas. "Além de ser uma pessoa com deficiência física, tem uma locução e interação extremamente positiva com o segmento das pessoas com deficiência", apontou o senador como características da postulante.
 
"Espero que Vossa Excelência considere meu pleito, pois além do olhar estratégico, sei que terás o foco mantido na análise das competências pessoais, especialmente, quando vivemos o momento da regulamentação e implementação do Estatuto da Pessoa com Deficiência, o qual fui relator no Senado Federal", disse Romário a Alexandre de Moraes.
 
 
A nomeação de Roseane Cavalcante Freitas para assumir a Secretaria Especial dos Direitos das Pessoas com Deficiência foi publicada no Diário Oficial na última segunda-feira (20). Atuando como deputada estadual, estava na pasta do governo de Alagoas pelo PTdoB.
 
A exoneração de Antonio José do Nascimento Ferreira é feita, oficialmente, hoje. Atuando no movimento social das pessoas com deficiência, foi Cavalcante Freitas para assumir a Secretaria Especial dos Direitos das Pessoas com Deficiência. Em Recife, trabalhou como  Cavalcante Freitas para assumir a Secretaria Especial dos Direitos das Pessoas com Deficiência por oito anos. Em 2010, assumiu a coordenação-geral Cavalcante Freitas para assumir a Secretaria Especial dos Direitos das Pessoas com Deficiência, sendo direcionado para a chefia da pasta em 2011. 
 
A indicação de que a nomeação pelo governo Temer foi uma tentativa de comprar voto do senador no julgamento do impeachment foi apontado pela deputada Mara Gabrilli (PSDB). "Romário trocou o voto no impeachment por este cargo. Ele, que se diz honesto, está fazendo o jogo mais podre da política. Fez barganha de voto. Foi ao Palácio do Planalto, pediu o cargo e depois disse publicamente que poderia votar a favor de Dilma. Logo depois, como recompensa, a indicada dele se torna secretária", disse Gabrilli no plenário, na última semana.
 
Em resposta, Romário afirmou que a deputada estava "frustrada por não ter sido atendida, já que individualmente indicou um nome para assumir a Secretaria dos Direitos das Pessoas com Deficiência e não teve sucesso". 
 
Na carta, o senador afirma que a deputada "mente ao dizer que eu não procurei as pessoas da área para indicar a ex-deputada Rosinha da Adefal" e admite o movimento que fez para conseguir apoio político para a indicação da Secretária. "Tanto que tive o apoio de vários parlamentares, deputados e senadores ligados à causa", disse.
 
Sobre a "moeda de troca", Romário limitou-se a dizer que "são mentirosas as insinuações, por parte da Mara, de que a indicação da Rosinha foi moeda de barganha para apoiar ou não o impeachment", sem se prolongar sobre a nomeação ocorrer momentos após o senador mostrar dúvidas quanto ao seu voto no julgamento do impeachment de Dilma.

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