Felipe Iturrieta: Violência e Rebeldia na Eurocopa

20 de junho de 2016 - Vermelho.org


Jogadores da Croácia comemoram gol contra a seleção tchecaJogadores da Croácia comemoram gol contra a seleção tcheca
A federação russa foi multada e tem uma desqualificação suspensa pairando sobre a equipe (caso haja mais alguma transgressão de qualquer tipo, serão desqualificados); A Croácia foi multada hoje em 100 mil euros, Bélgica, Turquia, Rússia Inglaterra estão sob investigação por conta dos sinalizadores e outros objetos jogados em campo por suas torcidas

Portugal, por invasão de campo por parte dos torcedores, sem falar nas brigas entre russos, ingleses e galeses pela cidade de Marseille, além das acusações de racismo (três torcedores espanhóis foram presos por carregar banners neo-nazistas).



Entre todos esses tristes momentos, que são uma amostra do estado de tensão política e econômica do velho continente, destacarei a briga entre torcedores croatas durante o jogo contra a República Tcheca. Acontece que uma parte das torcidas organizadas na Croácia está farta dos cartolas corruptos que, segundo eles, estão arruinando o futebol croata (e utilizando o lendário Davor Suker como marionete política).

Esses insatisfeitos exigem que alguns dirigentes renunciem a seus cargos; já avisaram que farão de tudo para atrapalhar a vida da seleção, inclusive invadir o campo e jogar sinalizadores durante as partidas, até que essas renúncias aconteçam. Cada vez que uma situação dessas se dá, a federação é multada, os jogadores perdem motivação e a torcida sofre, mas acredito que nós brasileiros, com nossa CBF, podemos entender bem as razões que movem os rebeldes croatas.

O futebol que está sendo jogado nesse torneio não é dos piores, especialmente para uma primeira fase, e não faltam histórias interessantes (a volta da Hungria, a estréia da Islândia, os dramas de Cristiano Ronaldo e Ibrahimovic, etc); nos resta esperar que esses sejam os principais temas das próximas rodadas, e que os episódios de violência, dentro e fora de campo, fiquem para trás.



*Vive na Holanda e escreve para o Arquibancada quinzenalmente

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