Se corrermos, o bicho nos pega; ficando parado, o bicho nos come. Mas for firme, o bicho treme

andarnarua
Michel Temer é um animal das sombras, sempre foi.
Não é homem da polêmica, do debate político e não é por ser de direita que estas qualidades lhe faltam,  porque a direita teve personagens capazes de travar a discussão,
Se fosse a seu gosto pessoal, Temer passaria de vice-presidente decorativo para presidente decorativo.

Em homenagem à mesóclise: bastar-lhe-iam o cargo e os negócios políticos (entenda isso bem largamente) que dele adviriam.
Mas Temer tem uma missão: o desmonte das garantias sociais e trabalhistas e da mínima soberania nacional do Brasil.
Não o puseram no poder para fazer, mas para desfazer.
O Ministério da Cultura foi um, digamos, “aperitivo”.
Há muito mais a desfazer: a CLT, a Previdência, o SUS…
Cada um dos desmontes com potencial de jogar imensas quantidades de lenha na fogueira.
E lenha mais grossa, o povão.
Os ditos movimentos sociais – e, reconheçamos, mais a juventude que nós, marmanjos da política – tem mantido e aumentado o fogo sobre o qual ela será lançada.
Temer treme diante da luz desta chama, como treme frente a outros fogos menos visíveis, e não tão amigos: Cunha e o “mercado”.
Mas estes operam no seu habitat, a sombra.
A rua, não.
E, francamente, depois do que fizeram a Dilma Rousseff, é difícil reclamar que um presidente governe sitiado.
Se a resistência ao governo ilegítimo não se deixar levar por provocações e tolices que ajudem a mídia a fazê-la parecer apenas radicalismo vazio, não há sinal de que possam extingui-la.
E contar com o silêncio das ruas para fazer o que vieram para fazer na penumbra.

Comentários