Máfia do futebol festeja queda de Dilma


Com a chegada ao poder do "amigo" Michel Temer, talvez os mafiosos nem precisem mais se preocupar com as acusações. Isto explica o clima de festa na CBF com a queda de Dilma!   Com a chegada ao poder do "amigo" Michel Temer, talvez os mafiosos nem precisem mais se preocupar com as acusações. Isto explica o clima de festa na CBF com a queda de Dilma!  
Dilma e seus auxiliares mais próximos nunca tiveram simpatia por quem toma as decisões na confederação - e a recíproca é verdadeira. Tanto aliados quanto críticos da CBF em Brasília avaliam que a interlocução com o governo federal vai melhorar e muito com Michel Temer (PMDB)".


A festa dos cartolas é compreensível. Afinal, eles viviam em pleno inferno astral desde a descoberta, no exterior, dos bilionários esquemas de propinas na Fifa. As investigações resultaram na prisão de sete dirigentes da entidade, inclusive do presidente da CBF, o aecista José Maria Marin. Elas também aumentaram as suspeitas contra a TV Globo, que ganha fortunas com a exclusividade de transmissão do futebol - a principal fonte de corrupção neste setor.



Nesta fase delicada, os cartolas esbarraram na antipatia da presidenta Dilma, que nunca escondeu sua aversão aos corruptos da CBF. Agora, eles se sentem vingados e festejam. Sabem que poderão roubar à vontade na gestão do 'amigo' Michel Temer.



E essa máfia é craque em roubalheira. Nesta semana, a revista Época exibiu o balanço contábil das 27 federações estaduais em 2015. "Foram arrecadados R$ 144,8 milhões pelos cartolas que não chutam uma bola, não pagam salários de atletas, nem constroem e mantém estádios, mas detêm o monopólio sobre o futebol.

Não existe partida oficial sem o aval das federações, da Confederação Brasileira de Futebol e da Fifa. O dinheiro está concentrado no eixo Rio-São Paulo. As duas federações recebem metade de todo o faturamento".  Esta grana, sem qualquer controle, garante as orgias dos cartolas. Não é para menos que os três últimos chefões da CBF - são acusados de corrupção..., mas nos EUA!

No início de março, a Justiça Federal até determinou a condução coercitiva do presidente da entidade, coronel Antônio Carlos Nunes de Lima, após ele ter se negado a depor na CPI do Futebol no Senado. A decisão judicial, porém, não teve qualquer efeito e o cartola da CBF segue sem dar explicações sobre as várias denúncias de corrupção na confederação, inclusive nas transmissões televisivas dos jogos.

Agora, com a chegada ao poder do "amigo" Michel Temer, talvez os mafiosos nem precisem mais se preocupar com as acusações. Isto explica o clima de festa na CBF com a queda de Dilma!   


*É jornalista, presidente do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé e membro do Comitê Central do Partido Comunista do Brasil (PCdoB). 

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