Cunha é suspeito de chantagear deputados para aprovar impeachment

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por Eduardo Guimarães - no Blog da Cidadania - 07/05/2016

Os efeitos que o afastamento de Cunha pelo STF irá gerar ainda não foram totalmente digeridos ou analisados. A atuação dele desde que chegou à Presidência da Câmara, em fevereiro do ano passado, foi marcada pelo uso do cargo para atingir objetivos próprios e isso conspurca uma miríade de atos por ele praticados ao longo desse um ano e pouco.
A denúncia do procurador-geral da República contra Cunha elenca onze razões para seu afastamento da Presidência da Câmara e de seu mandato como deputado federal. Essas 11 razões incluem um hábito muito comum de Cunha que é chantagear pessoas para chegar aos seus objetivos.

Recentemente, o próprio jurista Miguel Reale Júnior, um dos autores do pedido de impeachment da presidente Dilma Roussef, afirmou que o deputado Eduardo Cunha praticou “chantagem explícita” no âmbito da abertura do processo na Câmara, segundo informações do jornal “O Estado de São Paulo”.
A chantagem foi amplamente usada por Cunha. E para variados fins. Além de chantagear o PT com o impeachment de Dilma para que o partido não votasse pela abertura de seu processo de cassação na Câmara, o agora ex-presidente da Casa chantageou parlamentares de outros partidos, como deputado do PRB de São Paulo Fausto Pinato e mais 9 parlamentares.
Confira reportagem do jornal O Globo sobre os métodos de Cunha.

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Segundo informações obtidas pelo Blog junto a fontes do STF, a Corte tende a não se sensibilizar com questões de mérito sobre o impeachment ou mesmo pela ação do deputado Paulo Teixeira (PT-SP) impetrada na sexta-feira, que questiona a imposição de partidos que obrigaram seus deputados a votarem pelo impeachment sob ameaça de expulsão. Mas há uma questão sobre o impeachment que pode sensibilizar a Corte.
Há uma enormidade de atos de Cunha que turvaram o processo político durante seu mandato como presidente da Câmara. Atos para impedir as investigações contra si ou para retaliar quem não reza por sua cartilha. Atos que a Câmara, majoritariamente favorável a Cunha, não deverá anular assim como manteve paralisado o processo contra ele no Conselho de Ética.
Como a maioria da Câmara não parecia disposta a agir contra Cunha por conivência ou “rabo preso”, o STF afastou o parlamentar da Presidência da Casa e do próprio mandato. E pode, agora, suspender atos variados de Cunha que prevaleceram ao custo de chantagem, intimidação e até via subornos.
O questionamento dos atos de Cunha no STF permite, portanto, que aquela Corte anule todos os atos do ex-presidente da Câmara que possam ter prevalecido ao custo de estratégias como chantagem, intimidação, suborno e outros meios ilícitos de levar parlamentares a votarem como ele queria.
Para as fontes consultadas pelo Blog, se o STF for provocado a suspender atos suspeitos de Cunha durante sua Presidência da Câmara, a possibilidade de sucesso é bastante alta. Entre esses atos suspeitos, figura o impeachment. Haveria deputados dispostos a denunciar que foram pressionados pelo ex-presidente daquela Casa.
A ver.



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