Áudio explica forte presença de Cunha em postos-chave do governo interino

CASO JUCÁ
Segundo deputado Paulo Pimenta (PT-RS), áudio revela "ramificação criminosa" para dar golpe e blindar envolvidos na Lava Jato. "Fatos precisam ser bem apurados", afirmou
por Hylda Cavalcanti, da RBA publicado 23/05/2016 
LULA MARQUES/AGÊNCIA PT/FOTOS PÚBLICAS
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Influência de Cunha alcança ministérios, AGU, Empresa Brasileira de Comunicação, liderança do governo...
Brasília – O vice-líder do PT na Câmara, deputado Paulo Pimenta (RS), disse há pouco que o PT vai estudar as gravações para tomar as medidas jurídicas adequadas sobre o caso. Pimenta ressaltou que ficou comprovada uma articulação criminosa "com ramificações entre vários parlamentares de partidos diversos, para dar um golpe na democracia, retirar a presidenta Dilma Rousseff do governo e colocar no poder o então vice-presidente Michel Temer".
No áudio, que se encontra com a Procuradoria-Geral da República (PGR), os dois (Jucá e Machado) dão a entender que é preciso um pacto para parar a operação Lava Jato, falam na importância de Michel Temer chegar à presidência da República com o impeachment de Dilma Rousseff e citam suposto envolvimento do senador Aécio Neves (PSDB-MG) nas denuncias relacionadas à estatal.

Para Paulo Pimenta, está explicado porque tantos assessores do presidente afastado da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), estão sendo nomeados em cargos do governo Temer no ministério da Justiça, na Casa Civil da Presidência da República, na Advocacia-geral da União e até mesmo na Empresa Brasileira de CFomunicação (EBC). "Eles estão todos juntos e são ramificações de uma mesma organização", enfatizou Pimento.

'Organização criminosa'

“Cunha, Jucá e outros mais são braços, ramificações, dessa organização criminosa. E eles deixam claro que precisavam do impeachment para barrar as investigações da Lava Jato no país. Na própria Câmara, e também no Senado, sabíamos de conversas entre parlamentares que diziam entre si ver o impeachment como a única forma de serem barradas as investigações da Lava Jato e livrar os políticos envolvidos”, ressaltou. “Muitas destas conversas nos foram relatadas. Só não tínhamos essa gravação”.
Segundo Pimenta, "se o Supremo Tribunal Federal (STF) não tiver o mínimo de coerência para agir rápido em relação ao caso da forma como atuou no episódio de Delcídio do Amaral e pedir providências em relação ao ministro Romero Jucá (que é senador pelo PMDB-RR), teremos grandes consequências e grandes complicações na República". "Isso poderá ser considerado uma prevaricação por parte da PGR e do próprio Judiciário", afirmou, ainda, o vice-líder.
Para o parlamentar, o Brasil está diante de fatos da maior gravidade que devem ser investigados, "inclusive na condução do processo de impeachment que tramita neste Congresso, na forma como foi trabalhado (o processo de afastamento de Dilma) e como tramitou a sua admissibilidade na Câmara e no Senado".

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