Alvo de 'escracho', FHC foge de evento em Nova York

TUCANATO
Ex-presidente participaria de debate na manhã deste sábado com o ex-presidente chileno Ricardo Lagos, mas cancelou sua ida quando soube que seria alvo de protesto
por Redação RBA publicado 27/05/2016 20:24
TÂNIA RÊGO/AGÊNCIA BRASIL
FHC
FHC nega, mas impeachment já é considerado golpe pelos mais importantes jornais dos Estados Unidos
Do Brasil 247 – Considerado golpista por intelectuais brasileiros e latino-americanos, por seu apoio ao governo provisório de Michel Temer, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso teve de cancelar sua participação nesta sexta-feira num debate em Nova York, no 34º Congresso Internacional da Associação de Estudos Latino-Americanos.
FHC participaria do principal evento do encontro, um debate na manhã deste sábado (28) com o ex-presidente chileno Ricardo Lagos, mas cancelou sua ida quando soube que seria alvo de um "escracho".

Em carta enviada à entidade, FHC nega que a presidente Dilma Rousseff é vítima de um golpe e defende que "os atuais ventos ideológicos que circulam em certos centros acadêmicos parecem misturar a postura de cientistas com a de ativistas".
No entanto, nada menos que 499 intelectuais protestaram contra o convite feito a FHC para o debate. Uma petição de 162 membros da entidade latino-americana e 337 pesquisadores não associados pedia o cancelamento da conferência de FHC. "Respeitamos a contribuição passada de Cardoso para o pensamento internacional. Entretanto, esse convite foi feito em um momento infeliz", diz o texto.
Ainda segundo o abaixo-assinado, o convite foi feito num momento em que FHC e seu partido "não hesitaram em colocar em perigo a paz interna nem mecanismos básicos como a Constituição".
Embora FHC negue a existência de um golpe contra a presidência Dilma Rousseff, o impeachment já é considerado um complô pelos mais importantes jornais dos Estados Unidos e da Inglaterra (The New York Times The Guardian), pela revista The Economist e por toda a imprensa alemã.
Em reportagem publicada nesta sexta-feira, a The Economist tratou o impeachment como "um jeitinho contra a Constituição" brasileira.

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