Altamiro Borges: Dos “homens fortes” de Temer, qual o próximo a dançar?
27 de maio de 2016 às 14h05 - VIOMUNDO
Próxima vítima: Alves, Padilha ou Geddel?
O “ministério de notáveis” – corruptos e reacionários – pode encurtar de vez o mandato ilegítimo de Michel Temer.
Romero Jucá, “homem forte” do Judas, já foi defenestrado devido aos grampos das suas vergonhosas conversas com Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro. Circulam apostas em Brasília para saber quem será a próxima vítima. Henrique Alves, ministro do Turismo, lidera a lista. Eliseu Padilha, da Casa Civil, surge na sequência. E outro moralista sem moral, Geddel Vieira, corre sérios riscos. Os quatro peemedebistas compõem o “núcleo duro” do golpista – juntamente com Moreira Franco. Caso sejam decapitados, o mandato de Michel Temer poderá ser um dos mais curtos da história do Brasil.
Segundo reportagem do Estadão desta terça-feira (24), emissários do governo golpista já “sondaram o ministro Henrique Eduardo Alves sobre a possibilidade de ele deixar o cargo, em razão de possíveis desdobramentos da Operação Lava Jato. Segundo interlocutores, a conversa ocorreu na segunda-feira, 23, mesmo dia em que o então ministro do Planejamento, Romero Jucá, foi afastado do cargo após o surgimento de gravações realizadas pelo ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado.
No áudio, Jucá diz ao ex-dirigente que é preciso ‘mudar o governo (Dilma) para poder estancar essa sangria’, numa referência às investigações da Lava Jato”. Em dezembro passado, o peemedebista potiguar já teve a sua casa vasculhada pela Polícia Federal em um das fases da midiática operação, batizada de Catilinárias.
Outra situação delicada é a do ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha. Aos poucos pipocam novas denúncias de corrupção contra o político velhaco. Na semana passada, a Folha revelou que o peemedebista “é réu em uma ação civil de improbidade administrativa na qual é acusado de ordenar o pagamento superfaturado de R$ 2 milhões a uma empresa, quando foi ministro dos Transportes do governo FHC (1997-2001).
Na ação, ajuizada em 2003 pelo Ministério Público Federal e aceita em 2013 pela 6ª Vara Federal do DF, Padilha é apontado como ‘lobista’ que usou do seu cargo para atender a ‘pleitos políticos para pagamentos absolutamente ilícitos e ainda por cima superfaturados’”. O “braço direito” de Michel Temer também é alvo de uma segunda ação de improbidade movida em 2014, acusado de manter uma servidora fantasma.
Já o baiano Geddel Vieira Lima está desesperado com as notícias sobre novas delações do presidente da construtora Odebrecht. O ministro chefe da Secretaria de Governo do Judas Temer, que tem fama de valentão, morre de medo de que seus podres venham à tona.
Em recente entrevista, ele confirmou seus vínculos com as empreiteiras. “Hoje vejo todo mundo esculhambando Marcelo Odebrecht e Léo Pinheiro [executivo da OAS]. Eu os conheci como grandes empresários que contribuíram com a Bahia”. Esta ligação ficou patente em 1993, quando a CPI do Orçamento achou planilhas com o seu nome no computador de um ex-diretor da OAS. O assunto, porém, foi abafado. Mas pode ressurgir a qualquer momento.
A lista de apostas sobre a próxima vítima poderia ser mais ampla. Afinal, o “ministério de notáveis” de Michel Temer reúne sete investigados na Operação Lava-Jato e muitos outros – homens, velhos e ricos – metidos em falcatruas.
O ministro dos Transportes, Maurício Quintella (PR), por exemplo, é suspeito de participação em esquema que teria desviado R$ 133,6 milhões destinados ao pagamento de merenda escolar em Alagoas.
Já o ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP), é alvo de um inquérito no STF que investiga suposto direcionamento em licitação de publicidade da prefeitura de Maringá (PR), onde ele foi prefeito. Na prática, quase todos os ministros golpistas estão mais sujos do que pau de galinheiro!
Diante do risco iminente de novas decapitações, a dúvida é se Michel Temer, o Breve, resistirá muito tempo. É certo que o governo golpista conta com a cumplicidade da mídia privada e a complacência do seletivo Judiciário. Mas a sujeira é tamanha que não vai dar para escondê-la por muito tempo.
Cada novo ministro defenestrado será um duro golpe no governo “interino” e ilegítimo, servindo para desmascarar de vez o “golpe dos corruptos”.
Como enfatizou nesta semana o periódico britânico Financial Times, o afastamento de Romero Jucá já “ameaça desestabilizar novo governo”. Imagine que se outros “ministros notáveis” forem afastados nas próximas semanas! O grito do “fora Temer” vai ganhar as ruas de todo o Brasil. Até alguns “coxinhas” arrependidos irão se penitenciar!
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