Tucanos negociam depoimento de Delcídio para aliviar Aécio. Alguém será preso?

ESCÂNDALO À VISTA
A se confirmar o que diz o jornal 'O Estado de S.Paulo', estamos diante de um caso de reincidência de ilícitos. O que teria Rodrigo Janot a dizer sobre delatados combinarem a denúncia com o delator?
por Helena Sthephanowitz publicado 21/04/2016 
GERALDO MAGELA - AG. SENADO / GEORGE GIANNI -PSDB
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Segundo jornal, Delcídio pode voltar atrás em citações que envolveram relatos de corrupção de Aécio
Na quarta-feira (20), o jornal O Estado de S.Paulo deu uma nota cuja manchete foi "Tucanos negociam recuo de Delcídio em acusação contra Aécio" e que aqui vai resumida: a estratégia, com aval de Aécio Neves, presidente do PSDB, que vem sendo negociada nos bastidores entre membros do PSDB e pessoas ligadas ao senador Delcídio do Amaral, é que este recue das afirmações feitas por ele em delação premiada contra Aécio no caso de corrupção de Furnas e, se possível, aproveitar para que ele faça acusações públicas contra a presidente Dilma Rousseff às vésperas da votação do afastamento dela pelo Senado.

Vale lembrar que: o nome do senador Aécio Neves (PSDB-MG), um dos principais líderes da oposição ao governo Dilma, foi citado durante as investigações da Operação Lava Jato por quatro delatores. O doleiro Alberto Youssef disse ter ouvido do ex-deputado José Janene (que morreu em 2010) que Aécio dividiria a arrecadação de propina de uma diretoria de Furnas com o PP. Em julho de 2015, o operador de valores Carlos Alexandre de Souza Rocha, conhecido como Ceará, disse – em depoimento ligado à sua delação premiada – ter levado R$ 300 mil a um diretor da UTC no Rio e que o dinheiro seria destinado ao senador do PSDB. Os dois casos foram arquivados pelo ministro do STF Teori Zavascki, que alegou insuficiência de informações.
Em fevereiro deste ano, o lobista Fernando Moura, em depoimento ao juiz Sergio Moro, disse ter ouvido relato de uma suposta divisão de propina proveniente da estatal Furnas para Aécio. Em sua delação premiada, o ex-líder do governo no Senado, Delcídio Amaral, disse que o tucano - na época governador de Minas – atuou para maquiar as contas do Banco Rural durante a CPI dos Correios.
Por fim, a própria delação de Delcídio sobre Aécio Neves, que agora pode ser simplesmente mudada, na linha do "podemos tirar se achar melhor."
E o pior são as circunstâncias em que esta notícia chega. O senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS) delatou já ter combinado com tucanos na CPI dos Correios de 2005 uma manobra para dar tempo ao Banco Rural de maquiar dados financeiros, ou seja, destruir provas, que comprometeriam o então governador Aécio e o tucanato mineiro, todos envolvidos com as empresas de Marcos Valério. Então, pelo que diz o jornal, estamos diante de um caso de reincidência nos ilícitos, o que agrava as condutas dos envolvidos.
O que o procurador-geral da República, doutor Rodrigo Janot, tem a dizer sobre emissários do delatado Aécio Neves procurar o delator Delcídio para combinar depoimento? Como fica aquele papo de obstrução da Justiça, que chegou a levar à prisão preventiva do próprio Delcídio?

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