“Não vamos nos matar, não vamos nos exilar, vamos é lutar”, diz Lula

Postado em 16 de abril de 2016 às 6:15 pm
DCM

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 Com a presidente Dilma Rousseff recolhida ao Palácio do Alvorada na tentativa de obter votos contra o impeachment, coube ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursar a centenas de militantes dos movimentos sociais que estão acampados em Brasília.
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— Só temos 513 votos pra gente conquistar. Precisamos conquistar a metade, ou não deixá-los conquistar 342. É uma guerra de sobe e desce. Parece a bolsa de valores: tem hora que o cara tá com a gente, tem horas que não está mais. Tem horas que está do outro lado, tem horas que não está mais. Então a gente tem que conversar 24 horas – afirmou, abrindo o discurso de 10 minutos.
Segurando ora a bandeira do Brasil, ora a bandeira do PT, Lula elogiou a disposição dos militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e de outras 60 organizações que desde o inicio da semana estão acampadas no entorno do ginásio Nilson Nelson, na região central da capital federal. O ex-presidente criticou o vice de Dilma, Michel Temer, a quem atribuiu a arquitetura do golpe.
— Se o seu Temer quer ser candidato, não tente através de um golpe. Ele que espere chegar 2018, o PMDB é um partido grande, ele se candidata e vamos pras urnas, vamos debater, vamos convencer o povo de quem pode ser melhor para esse país — desafiou.

Lula lembrou o golpe militar de 1964, disse que Getúlio Vargas fora levado ao suicídio 10 anos antes e que o PT irá sobreviver ao que considera ataques de uma “elite brasileira que não gosta de democracia”. Ao final, concluiu pedindo aos militantes que tenham cautela nas manifestações de domingo.
— Tá cheio de gente querendo tumulto. Vamos dar o exemplo. A gente não pode aceitar nenhuma provocação amanhã. Tá cheio de televisão pra dizer que os movimentos sociais são baderneiros. Baderneiro é quem quer derrubar a presidente Dilma através de um golpe no Congresso Nacional — concluiu, sendo saudado aos gritos de “Lula, guerreiro do povo brasileiro”.

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