Fantasma do prefeito Celso Daniel, assassinado em 2002, ronda a nova fase da Lava Jato

Funeral do prefeito de Santo André Celso Daniel, 21 de janeiro de 2002
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Sputnik News - 01/04/2016

A PF deflagrou nesta sexta-feira (1º) a 27ª fase da Operação Lava Jato. Silvio Pereira, ex-secretário nacional do PT, e Ronan Maria Pinto, empresário e dono do jornal Diário do Grande ABC, foram presos. O ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e o jornalista Breno Altman, editor do site Opera Mundi, foram conduzidos coercitivamente para depor.

Batizada de “Carbono 14”, a nova fase da Lava Jato investiga crimes de extorsão, falsidade ideológica, fraude, lavagem de dinheiro e corrupção ativa e passiva.
Segundo o Ministério Público Federal (MPF), durante as investigações constatou-se que pelo menos metade de um empréstimo de R$12 milhões concedido pelo Banco Schahin ao pecuarista José Carlos Bumlai em outubro de 2004 havia sido desviada por Ronan Maria Pinto, empresário de ônibus que supostamente ameaçava implicar quadros do PT na morte no prefeito de Santo André, Celso Daniel, assassinado em 2002.
As suspeitas foram inicialmente levantadas em 2012, com os depoimentos do operador do mensalão Marcos Valério Fernandes de Souza, que na época tentou, sem sucesso, fazer um acordo de delação premiada com o MPF. As investigações, entretanto, só prosseguiram no ano passado, quando o lobista Fernando Soares, o Baiano, disse ter ouvido a mesma história da parte de Bumlai.

O pecuarista, por sua vez, afirmou ter tomado o empréstimo do Banco Schahin para honrar compromissos do PT. Segundo os investigadores, porém, houve fraude na quitação da dívida: em vez de recuperar o dinheiro, a família Schahin teria sido “recompensada” com um contrato de US$1,6 bilhão para a operação de um navio-sonda da Petrobrás, em 2009.
Pinto é acusado de ter chantageado o PT no caso Celso Daniel e de ter usado uma parte do empréstimo desviado para comprar o jornal Diário do Grande ABC.
Altman, por sua vez, foi consultado informalmente pelo empresário durante a compra do jornal, mas nega qualquer envolvimento no caso.
Fernando Morais
há 4 horas
acabo de falar por telefone (grampeado, claro) com o jornalista breno altman, que hoje cedo foi levado coercitivamente a depor na polícia federal por ordem do juiz sérgio moro. breno depôs durante uma hora na sede da pf de brasília e já está em liberdade.
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