Em Fortaleza, Lula cobra que Temer “aprenda sobre eleições”

2 de abril de 2016 - 13h31 

O ato em defesa da democracia na Praça do Ferreira, no centro da capital cearense, em Fortaleza, neste sábado (2), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou responsabilidade do vice-presidente da República, Michel Temer.


Lula, com o governador Camilo Santana e Germana Amaral, diretora da UNE, foi saudado pelos cearenses no centro de FortalezaLula, com o governador Camilo Santana e Germana Amaral, diretora da UNE, foi saudado pelos cearenses no centro de Fortaleza
“Eu perdi muitas eleições. E eu quero que ele (Temer) aprenda sobre as eleições. O Temer é um professor de direito e sabe que o quê estão fazendo é um golpe. E isso, ele sabe que vão cobrar é dos dos filhos dele, é do neto dele amanhã. Porque a forma mais vergonhosa de chegar ao poder é tentar derrubar um mandato legal”, afirmou.

O ato em favor da democracia ocorre na Praça do Ferreira, no centro da capital cearense. De acordo com os organizadores cerca de 60 mil pessoas participaram do ato e gritam palavras de ordem contra o golpe e a Rede Globo, mesmo sob chuva. Antes da chegada do ex-presidente, o grito mais comum era "Lula, me liga, me chama de querida".



Ele afirmou que os opositores precisam explicar o porquê de tanto ódio contra a primeira presidente do país. "Será que é ódio por que a empregada doméstica passou a ter direito neste país? Será que é ódio por que filho de pobre, negro, da periferia, passou a fazer faculdade? Será que é ódio por que 22 milhões de empregos foram gerados em 12 anos? Será que o ódio é por que todos os trabalhadores organizados tiveram aumento de salário? Será que é por causa do Fies, do Pronatec, das escolas técnicas, do Minha Casa Minha Vida, do Bolsa Família e do aumento real do salario minimo: Eles precisam explicar porque tanto ódio da primeira mulher que preside o país", destacou.

Lula rebateu a tese de que o impeachment em andamento na Câmara dos Deputado não é golpe. "Ninguém aqui é contra o impeachment que está na Constituição com base legal, por crime de responsabilidade, mas Dilma não cometeu nenhum crime, nenhuma irregularidade; por isso, defender impeachment hoje é, sim, ser golpista neste país", disse. "A melhor forma de chegar ao poder é pelo voto; o resto é golpe", complementou. "Vamos falar para o Cunha e para o Temer: não vai ter golpe!", provocou.

O ex-presidente afirmou que "eles não querem governar o pais para aumentar salário minimo, nem para para garantir as pessoas mais pobres o direito de subir mais um degrau". "Eles não aprenderam a dividir os espaços com o povo", afirmou.

Lula também falou sobre a possibilidade de reassumir a Casa Civil. "Na quinta-feira, se tudo der certo, eu estarei assumindo a Casa Civil, se a Suprema Corte aprovar, para ajudar a presidente Dilma, andar de mãos dadas com ela e com vocês, para criar condições de melhorar a vida do povo", afirmou. "Nós temos que garantir a governabilidade à Dilma", frisou.

O ex-presidente também falou sobre o clima de intolerância e ódio insuflado pela direita conservadora. "Eu estou estranhando um pouco o que está acontecendo no nosso país. Eu completei 70 anos de idade. Vivo neste país fazendo política e nunca vi um clima de ódio estabelecido no país como está estabelecido agora. Aqueles que amam a democracia aqueles que gostam de fazer política [...] querem que se respeite a coisa mais elementar, que é o respeito ao voto popular que elegeu a Dilma”, discursou diante do público presente ao ato.

Povo nas ruas


Em entrevista ao G1, Dona Teresa, que foi à praça com amiga Laire: “Viemos preparadas com guarda-chuva, mas não vamos deixar de defender a presidenta Dilma, Lula e a democracia. Estamos em um momento que precisamos de união e a participação de todos na luta é importante''.

"Pela primeira vez, um presidente passou a olhar para as pessoas mais humildes, essa luta tem que avançar, mas a elite política não quer permitir, com um golpe político'', disse Francisco Aldebran.



Do Portal Vermelho, com informações de agências

Comentários