As mentiras de Mírian no programa de Mariana Godoy.

Postado em 09 Apr 2016
Mírian desdisse Mírian
Mírian desdisse Mírian

Na entrevista que deu ao programa Mariana Godoy, esta noite na RedeTV, Mirian Dutra mentiu mais de uma vez, e para informar a audiência desse fato relevante bastava a produção exibir o vídeo disponível no Youtube, em que a ex-namorada do Fernando Henrique Cardoso diz que tem contratos e recibos sobre o caso Brasif.
(Você pode ver aqui.)
Tenho mais duas gravações. Uma, de 20 minutos, em que Mirian conta como o seu relacionamento com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso foi usado para que a TV Globo obtivesse vantagens.
A outra gravação, de 10 minutos, é uma entrevista que fiz com dois de seus melhores amigos, indicados por ela. Eles contam como foi o que a própria Mirian classificou de exílio em Barcelona.

Tenho outras gravações em vídeo, realizadas abertamente, que mostram momentos relevantes das horas em que estive com ela, entre os dias 19 e 23 de março, como a conversa dela com o advogado e outra com um delegado da Polícia Federal. Uma dessas conversas foi quando ela voltava da Cerdaña para Barcelona.
A proposta é usar esse material na vídeo-reportagem que produzi com o consentimento dela.
Aqui cabe contar como cheguei até Mirian Dutra. Quando trabalhei na TV Globo, conhecia a história de Mirian Dutra, mas não tive nenhum contato com ela. Eu trabalhei no Rio de Janeiro e em São Paulo, Mirian Dutra estava na Europa.
Em fevereiro deste ano, logo depois que repercutiu no Brasil a entrevista que ela deu à Revista Brazil com Z, da Espanha, entrei em contato por e-mail com a jornalista Fernanda Sampaio, autora da entrevista, e pedi o telefone de Mirian Dutra.
Fernanda pediu o meu telefone e disse que repassaria a Mirian. Um dia depois, Fernanda encaminhou um e-mail de Mirian Dutra, que informava seu telefone. Fiz a ligação e falamos durante quatro horas. Os principais trechos da entrevista, no que não estava protegido pelo off, foi publicado na primeira reportagem que fiz.
Uma semana depois, telefonei novamente e manifestei a ela meu interesse de fazer uma vídeo-reportagem e talvez um livro, dependendo do que houvesse para ser contado. Mirian disse que tinha documentos, fotos e que me mostraria tudo, se eu fosse para a Espanha.
Também falamos sobre a gravação em vídeo e ela até ponderou que poderia chorar e a entrevista não ficaria boa. Respondi que tanto eu quanto ela somos do ramo e, se a entrevista não ficasse boa, faríamos de novo.
Pedi-lhe uma semana para tentar viabilizar a viagem e, quando reservei o voo, perguntei se podia comprar a passagem. Ela disse que sim, mas ponderou que eu deveria antecipar a viagem.
Mirian fez também a reserva do hotel, como mostra nossa conversa pelo celular.
No dia em que cheguei a Barcelona, ela me apresentou a uma publicitária, Glória, mãe de um dos melhores amigos de Tomás, e falamos sobre Globo, Fernando Henrique Cardoso e o exílio de Mirian na Espanha. No dia seguinte, Mirian decidiu ir a outro hotel, na Cerdaña, e lá gravou as entrevistas.
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Também me deu o número de sua melhor amiga na Espanha, a jornalista Carme Polo, e recomendou que eu a entrevistasse. Foi o que fiz, no retorno a Barcelona, dois dias depois.

O que Mirian contou não pode ser apagado e é de grande interesse público. Alguma coisa mudou depois que retornei ao Brasil. Seu depoimento à Polícia Federal, em que diz nada saber sobre a Brasif, obedece a uma lógica de defesa jurídica.
Se reafirmasse o que me disse em entrevista gravada, que Fernando Henrique Cardoso providenciou um contrato fajuto para remeter dinheiro ao exterior, poderia até ser indiciada, dependendo do rigor do delegado.
Mirian assinou um documento mentiroso, o que pode ser caracterizado como fraude. Também poderia ter complicações com o antigo empregador, a Globo, a quem havia empenhado, por contato, o dever de exclusividade.
Mas talvez não tenha sido apenas isso. No dia em que deixei o hotel em que ela estava, Mirian me contou que tinha sido procurada por alguém do alto escalão da Globo, em viagem à Espanha, mas não quis recebê-lo.
Na entrevista a Mariana Godoy, me chamou a atenção a forma como ela isentou a emissora de responsabilidade por mantê-la longe do Brasil. Como se verá no documentário que estamos preparando, nada mais distante do relato que Mirian me fez.

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Sobre o Autor
Jornalista, com passagem pela Veja, Jornal Nacional, entre outros. joaquim.gil@ig.com.br

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