Políticos portugueses dizem não para os golpistas, Temer, Aécio, Serra e Gilmar Mendes

Encontro dos tucanos me Lisboa foi visto pelos políticos Portugueses como conspiração contra o governo brasileiro

por Helena Sthephanowitz - 25/03/2016


O vice-presidente da República, Michel Temer, os tucanos Aécio Neves e José Serra, e os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes e Dias Toffoli e  o presidente do Tribunal de Contas da União, ministro Aroldo Cedraz, levaram uma "chega pra lá" dos políticos portugueses.Membros do governo Português  entendeu que a reunião, liderada pelo tucano Gilmar Mendes, tinha cheiro de golpe e cor do golpe. Temer alega que cancelou viagem a Portugal para participar do evento promovido pelo  instituto de ministro do STF Gilmar Mendes.  Seria a foto do golpe.Se Portugal apoiasse

A viagem  da oposição vinha sendo criticada porque o seminário em Lisboa, intitulado “Constituição e Crise — A Constituição no contexto das crises política e econômica”, passou a ser visto como uma reunião para tratar do Brasil ‘pós-Dilma’.

Diante do caráter oposicionista do encontro, políticos portugueses convidados a participar do seminário deixaram claro o desconforto com o que passou a ser visto como palco de um “governo no exílio”. Há um movimento de esvaziamento do evento entre figuras ilustres inicialmente confirmadas. O mais importante convidado, o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, já avisou que será muito difícil comparecer. Nos cartazes do seminário Rebelo de Sousa constava como orador que iria encerrar o evento. O colóquio tinha ainda mais um motivo para ter o presidente, já que será sediado na Universidade de Lisboa, onde, até o mês passado, Rebelo de Sousa lecionava.

Além dele, o outro membro do governo português, Jaime Gama, que é ministro de Negócios Estrangeiros, também cancelou sua participação. O  motivo, segundo políticos portugueses, é que o evento poderá ter “tom conspiratório” e tratar de justificativas para o impeachment da presidente Dilma.

Da parte brasileira, o seminário é promovido pelo Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), coordenado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes. Entre os principais oradores brasileiros estarão os senadores tucanos José Serra e Aécio Neves. Segundo o jornal Público, um dos principais de Portugal, fontes oficiais tratavam o evento como palco de um “governo no exílio”. Até mesmo o ex-primeiro ministro Pedro Passos Coelho também estaria cancelando sua ida.

Me parece um seminário muito enviesado, só por um lado da questão, tendo na lista de oradores brasileiros somente possíveis beneficiários de um eventual impeachment. As mesas de debate quase têm como preocupação procurar uma justificativa teórica ou acadêmica para o impeachment — avaliou ao jornal O Globo o ex-deputado do Parlamento Europeu e historiador, Rui Tavares.

Comentários