OS TRÊS PATETAS DO MP DE SP MOSTRAM QUE A JUSTIÇA FICOU NÃO SÓ POLITIZADA — MAS BURRA.
por Paulo Nogueira - no DCM - 11/03/2016
Araújo, Conserino e Blat: o triunfo da ignorância pomposa |
De formas variadas, diferentes filósofos assinalaram o seguinte: quem não escreve bem não pensa bem.
A peça com a qual três promotores de São Paulo basearam seu pedido de prisão de Lula é, desde já, um clássico da conexão entre escrita cambaleante e pensamento trôpego.
Mesmo quem não tem maiores ilusões sobre o preparo dos integrantes da Justiça nacional fica surpreso com o bestialógico dos promotores de São Paulo.
São frases longas, toscas, confusas, primárias. Elas aparecem com o adorno supremo de citações que deveriam esconder a falta de leitura dos autores, mas a sublinha.
Num erro que viralizou nas redes sociais e se tornou piada nacional, eles trocaram Engels por Hegel ao mencionar, sabe-se lá por que, a dupla que como que construiu o pensamento socialista, Marx e Engels. Até o pobre Nietzche entrou no que já estão chamando de Samba do Coxinha Doido. Nietzche parecia dirigir-se a eles quando escreveu: “Os que não conseguem ordenar seus pensamentos não devem entrar no caos de um debate.”
Os três promotores foram fotografados numa mesa. Não tardou que memes dos Três Patetas se alastrassem pela internet para consagrá-los. Os nomes: Cássio Conserino, Fernando Henrique Araújo e José Carlos Blat.
Como cavalgaduras de tal calibre ascendem a postos que lhes dão tamanho poder? Como eles terão passado em provas de português nas escolas pelas quais passaram? Só posso pensar na aprovação automática, mas é claro que eles jamais frequentaram escolas públicas.
Nelson Rodrigues tinha uma máxima maravilhosa: “Seja burro.” Ele a usava para se referir a atores que queriam melhorar as falas em peças de sua autoria.
Não invente. Leia apenas. Seja burro, enfim. Era essa a mensagem de Nelson Rodrigues.
Vale para os Três Patetas do MP de São Paulo. Não tentem mostrar uma coisa que não têm: cultura. Sejam burros.
A denúncia contra Lula é uma prova cabal de que a Justiça não se tornou apenas parcial e politizada nos últimos anos.
Ficou burra.
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