O “convite” do Dr. Moro: “Quer vir espontaneamente agora, Lula? Não. Mas vai, desgraçado!”

manda
Recebi o despacho do juiz Sérgio Moro sobre o pedido de condução coercitiva de Lula.
É um prodígio!
Funciona assim: ele defere “parcialmente” o mandado de condução coercitiva.
Como assim? Seria acaso conduzir um pedaço de Lula? Porque não é possível conduzir “parcialmente” uma pessoa e, claro o Dr. Moro logo explica o que é o “parcialmente”.
É assim: a PF chega lá na casa dele e pergunta: “quer vir conosco agora, já?”

Pelo mandado de Moro, se Lula disser: “Não, agora não, pode ser  daqui a duas horas? Poxa, são seis da manhã, acabei de acordar”. Então a resposta, com o aval de Moro é: “não quer,  mas vai, teje conduzido!”
Mude os personagens: o delegado para os meganhas: “vocês vão lá e tragam aquele fdp pra delegacia”. “E se ele não quiser vir, doutor”. “Ué, tragam assim mesmo”.
Inacreditável.
As desculpas de Moro sobre a “segurança” que queria garantir seriam todas elas desnecessárias se  determinasse que, querendo, o ex-presidente depusesse em seu apartamento. Mesmo não  sendo um triplex, não duvido que faltem três cadeiras e uma mesa para colocar umlaptop.
Sérgio Moro produziu um despacho cínico, onde dá o que a sede de sangue da Força Tarefa do MP quer, mas diz: cuidado, rapazes, não deixem cair comida no chão e usem guardanapo.
Mas a “condução-não-quer-mas-vai” é seu maior prodígio.
“O senhor está convidado a depor nos próximos cinco minutos, caso contrário será conduzido sob vara”.
Não, Moro não se intimidou com a “reação popular” às seis e meia da manhã.
Isso faz parte das suas preocupações desde o início de tudo o que planejou.
Monta-se a matilha e ele surge de moderado.
Mordam, mas não estraçalhem.
Pior do que um fanático explícito, só um dissimulado.
Não há um pingo de verdade nas palavras de Moro quando diz que não há “antecipação de culpa”.
Lula é culpado muito antes de a Lava Jato começar.
Moro apenas baila o balé das formalidades.
Que os tolos se enganem.

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