Brito: Por que eu vou à rua hoje

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Passei as primeiras horas desta manhã olhando as fotos de meus tempos de rapaz, há 40 anos, impulso talvez da busca da única bússola capaz de nos conduzir, com céu limpo, com nevoeiros ou com tempestades: a coerência.
Não espero ser entendido por todos, mas sei que serei, ao menos, por alguns que hoje têm a mesma idade.
Como disse um dos meus filhos, anos atrás, ao ver a camaradagem com amigos dos tempos de faculdade, surpreso: “é interessante ver que você já foi jovem, porque  quando eu nasci, você já era velho”.
Hoje, engraçado, ele é tão “velho” quanto eu era quando ele nasceu.
O tempo tem estes caprichos universais: passa para todos.
E, como a democracia, em algo nos corrói, em algo nos afirma.
Temos mais cansaço, mais vícios, mais teimosias. Ficamos mais exigentes e também mais “reclamões”.

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