"Nada justifica a conduta do delegado", diz advogado de Lula
Delegado da Operação Zelotes afirmou que ex-presidente é investigado
O Instituto Lula divulgou nota nesta quinta-feira (4) a respeito da afirmação do delegado Marlon Cajado, que atua na Operação Zelotes, de que o ex-presidente estaria sendo investigado no inquérito que apura um suposto esquema de 'compra' de medidas provisórias que beneficiaram o setor automotivo.
De acordo com o advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins, que assina a nota, "nada justifica a conduta do delegado (...) ao afirmar que Lula seria investigado. O ex-Presidente foi ouvido no dia 6 de janeiro na condição de informante, sem a possibilidade de fazer uso das garantias constitucionais próprias dos investigados."
Confira a nota na íntegra:
Nota do advogado de Lula ao delegado Marlon Cajado
Nada justifica a conduta do Delegado Federal Marlon Cajado ao afirmar que o ex-Presidente Lula seria investigado no Inquérito 1621/2015. O ex-Presidente foi ouvido no dia 6 de janeiro na condição de informante, sem a possibilidade de fazer uso das garantias constitucionais próprias dos investigados. Não há nenhum elemento que justifique a mudança do tratamento.
Cristiano Zanin Martins, advogado
O instituto também disponibilizou em seu site a íntegra do depoimento de Lula.
Delegado da Operação Zelotes afirma que Lula é investigado
Em ofício encaminhado à Justiça Federal, o delegado da Polícia Federal Marlon Cajado, que atua na Operação Zelotes, afirma que o ex-presidente Lula é investigado em um segundo inquérito que apura um suposto esquema de 'compra' de medidas provisórias que beneficiaram o setor automotivo.
Além de Lula, ele cita Gilberto Carvalho (Secretaria-geral), Erenice Guerra (Casa Civil), Nelson Machado (Previdência), e o secretário-executivo do Ministério da Fazenda Dyogo Oliveira, entre outros.
Advogados de réus no caso definem essa investigação como um "inquérito paralelo", criado para produzir novas provas acusatórias e que investiga os mesmos fatos do que já é apurado pela Justiça Federal do Distrito Federal. Cajado nega o paralelismo e diz que "não há dois inquéritos tramitando concomitantemente para apurar o mesmo fato".
De acordo com Cajado, a denúncia que deu origem à ação em curso foi apresentada pararespeitar prazos legais, uma vez que alguns dos acusados estavam presos. "A instauração de novos inquéritos para apurar outras condutas ilícitas atribuíveis à organização criminosa, e até a participação de novos indivíduos à mesma não se trata de nenhuma ilegalidade", escreveu o delegado.
Recentemente, Cajado foi acusado pelo advogado Roberto Podval, que representa o lobista Mauro Marcondes no processo, de chantagear seu cliente para que fizesse delação premiada envolvendo Lula. Em troca, sua mulher não seria transferida para o regime fechado, o que acabou acontecendo dois dias depois.
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