Missão de deputados venezuelanos de oposição não deve alterar relações Brasil-Venezuela
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A Assembleia Nacional da Venezuela, agora sob controle da oposição, prepara uma nova ofensiva diplomática contra o Governo de Nicolás Maduro, com o envio de uma comitiva de deputados da oposição ao Senado brasileiro, onde serão recebidos em audiência pública na Comissão de Relações Exteriores, no próximo dia 25.
Nas eleições legislativas de dezembro passado, a frente de oposição conquistou a maioria da Assembleia Nacional, encerrando mais de uma década de controle do chavismo sobre o legislativo. A princípio, a oposição conquistou pouco mais de dois terços das cadeiras, o que lhe dava maioria qualificada, abrindo espaço para propor uma série de mudanças legislativas significativas no país, entre elas a convocação de um plebiscito para encurtar o mando do presidente da república. Após denúncia de irregularidades no processo eleitoral, contudo, feitas pela Justiça, três candidatos oposicionistas decidiram abrir mão de seus mandatos, o que fez a oposição perder a maioria absoluta e deter apenas a maioria simples, o que reduz, na prática, a margem de manobras e pressões contra o governo.
© AFP 2016/ JUAN BARRETO / AFP
“Essa comissão, pelo visto, não será representativa dessa diversidade. A Venezuela tem um instrumento jurídico interessante que é o da Revogabilidade do Mandato, e que já foi utilizado contra o ex-presidente Hugo Chavez. Chamada a se manifestar, no entanto, a população decidiu pela manutenção do presidente no poder.”
Alencar diz, ainda, que o fato de Nicolás Maduro estar enfrentando momentos de impopularidade não dá à oposição mandato legal para sua destituição, muito menos sumária, como se articula.
“É nossa obrigação ouvir essa comitiva e suas ponderações. Entendo que o governo brasileiro, diante dessa nova realidade, tenha uma posição igualitária, ouvindo a oposição, mas pedindo ao governo respeito aos princípios democráticos e constitucionais da Venezuela. Creio que as relações entre governos devem ser pautadas pelo respeito à soberania de cada país”, finaliza Alencar.
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