Luz amarela na campanha de Hillary Clinton

Hillary perdeu por 12% entre as mulheres. É difícil ainda dizer o que está havendo. Por que Hillary tem uma certa aversão por parte de um bom número do eleitorado feminino (feminista?). Não se sabe
por Flavio Aguiar, de Berlim publicado 10/02/2016 14:04, última modificação 10/02/2016 14:14
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hillary e sanders
Democratas: Hillary ganhou por pouco em Iowa, e perdeu em New Hampshire
Em 2008, Hillary Clinton esperava uma vitória fácil. Foi surpreendida pela vitória nas primárias, que determinam os delegados para a convenção dos partidos, de um até então meio obscuro senador de Chicago, Illinois, Barack Obama. Depois se recuperou, venceu em New Hampshire. Mas não adiantou. Obama venceu, venceu e venceu: quer dizer ganhou a indicação, a eleição e a reeleição.
Agora o cenário se inverteu. Hillary ganhou em Iowa, é verdade que por pouco. E perdeu em New Hampshire.
Bem, isso não foi supresa. Seu adversário interno, o senador por Vermont, verde e socialista, Bernie Sanders, era o favorito. Afinal, vem do estado vizinho, hoje o reduto mais à esquerda nos Estados Unidos, talvez no mundo norte-ocidental, junto com Portugal, Grécia e o Vaticano.

Mas entre as confirmações, houve uma surpresa. E esta foi que acendeu o farol amarelo na campanha de Hillary.
Ela venceu, por uma margem de 12%, entre as “minorias” (negros e hispanos). Venceu entre os mais velhos, acima de 65 anos, com uma margem de 18%. Empatou com Bernie Sanders entre os de meia idade (40-60 anos). E perdeu feio na faixa etária dos eleitores entre 18 e 40 anos. Até aí, tudo normal.
Acontece que Hillary perdeu por 12% entre as mulheres. Isto acendeu o amarelo. É difícil ainda dizer o que está havendo. Por que Hillary tem uma certa aversão por parte de um bom número do eleitorado feminino (feminista?). Não se sabe.
As escolhas agora se dirigem para estados mais a oeste e mais ao sul. Teoricamente, são territórios mais favoráveis a Clinton.
Do lado republicano, o resultado não podia ser pior. Para se recuperar de um mau segundo lugar (inesperado) em Iowa, Donald Trump, resolveu exagerar nas tintas. Prometeu que não só iria autorizar de novo o uso da tortura que provoca o afogamento – o sinistro “waterboarding”, em que uma toalha é colocada sobre o nariz e a boca da vítima e jatos de água são derramados sobre ambos – como disse que iria autorizar “coisas piores” (sic).
Conseguiu seu objetivo. Ganhou. Confirmando o dito de uma revista, de que ele é “o homem mais perigoso do mundo”.
Mas todos os pré-candidatos republicanos são horríveis. Prometem acabar com os planos públicos de saúde, denunciar o acordo da COP 21 sobre mudanças climáticas, idem o acordo sobre o programa nuclear do Irã, além de romperem novamente relações diplomáticas com Cuba.
A eleição de qualquer um deles seria um desastre para o mundo.
Do lado democrata há o temor de que uma candidatura mais à esquerda, como a de Sanders, venha a ser derrotada, como já aconteceu antes, como no caso de George Mc Govern e Walter Mondale.
Por outro lado, é inegável que, se for candidata, sem um apoio declarado de Sanders, dificilmente Hillary vai galvanizar as bases mais jovens dos democratas.

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