Luis Nassif: Janot e Cardozo continuam estimulando falsos escândalos

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Por Luis Nassif - 02/02/2016 - 20:09

Estadão publica matéria insinuando que o afastamento de assessor especial de Dilma Rousseff foi devido ao envolvimento do seu nome com Marcelo Odebrecht.
 
Segundo a matéria, o envolvimento aconteceu na viagem de Dilma à República Dominicana. Marcelo teria solicitado ao assessor para que pedisse Dilma para fazer lobby em favor da empresa em um projeto naquele país.
 
O ato - absolutamente normal em qualquer democracia - foi tratado como escândalo pelo jornal, a partir de vazamentos recebidos de policiais federais e procuradores da República.
 
Tanto o Procurador Geral da República Rodrigo Janot, quanto o Ministro da Justiça José Eduardo Cardozo, têm estimulado - pela omissão - esse tipo de jogada, de transformar atos normais de governo em escândalo.
 
Do Estadão
 
 
Casamento de Anderson Dorneles e mudança para Porto Alegre são explicações oficiais do governo para afastamento; nome do assessor, no entanto, já foi interceptado pela Lava Jato em emails de Marcelo Odebrecht
 
Tratado como filho pela presidente Dilma Rousseff, o assessor especial da presidência da República Anderson Braga Dorneles foi exonerado do cargo a pedido nesta segunda­-feira, 1. O ato foi publicado no Diário Oficial da União. Ele será substituído por Bruno Gomes Monteiro. Oficialmente, a explicação no governo é que ele irá se casar e, por isso, que voltar a morar em Porto Alegre (RS), sua cidade natal.
 
Em setembro de 2015, e-mails interceptados pela força-tarefa da Polícia Federal na Operação Lava Jato mostraram que o empresário Marcelo Odebrecht, preso acusado de pagar propina em troca de contratos da Odebrecht com a Petrobrás, teria entrado em contato com Dorneles e Giles Azevedo, que também é assessor da petista, na véspera de Dilma se encontrar com o presidente dominicano eleito Danilo Medina, em 9 de julho de 2012.
 
Nas trocas de correspondência, o empresário queria que Dilma fizesse lobby do grupo na República Dominicana. Em 5 de julho daquele ano, Odebrecht escreveu para os dois assessores: "Caros Giles e Anderson, peço o favor de entregar à presidente Dilma a nota em anexo referente ao encontro dela com o presidente da República Dominicana, que segundo fui informado, será esta segunda, 9 de julho, pela manhã. Fico à disposição para qualquer informação adicional. Obrigado e forte abraço. Marcelo." Não há informações sobre se Dorneles respondeu a mensagem. Ele também não consta como investigado na Operação.
 
de "bebê" e "menino" pela presidente, Dorneles, hoje com 36 anos, tinha 13 quando conheceu Dilma. Ele era office-­boy e ela, presidente da Fundação de Economia e Estatística, do Rio Grande do Sul.
 
Em Brasília, o fiel assessor trabalha com Dilma desde quando ela era ministra de Minas e Energia, no primeiro governo do ex­presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003.
 
No Palácio do Planalto, estão juntos desde o início do primeiro mandato, em 2011. Entre as suas funções, estava a de portar e manusear, especialmente nos fins de semana, o concorrido iPhone presidencial. Nos bastidores, era visto como a "voz" de Dilma e chegava até mesmo a dar conselhos à presidente.
 
Auxiliares da presidente negam que a saída de Dorneles tenha a ver com a Operação Lava Jato. Oficialmente, a Secretaria de Comunicação de Governo não quis comentar o assunto. Procurado pelo Estado na última semana, Dorneles disse que não comentaria o assunto.

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