Dez filmes “estrangeiros” para ver no Netflix

Do Portal Vermelho, José Carlos Ruy e Mariana Serafini - 12 de fevereiro de 2016 - 17h27

Quando o assunto é cinema, é comum tudo que vem de fora dos Estados Unidos ser tratado como “estrangeiro”, principalmente pelo conceito do Oscar, considerado “o maior prêmio do cinema” que abre um espaço irrisório para toda a vasta produção mundial. Também é comum encontrar longas listas de filmes disponíveis no Netflix e a maioria deles ser norte-americanos, com algumas exceções já manjadas, como O Fabuloso Destino de Amelie Poulain, que de fato é fabuloso. 

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Cena do encantador Minhas tardes com Margueritte

Para fugir à regra do Oscar, e à regra das listas, Prosa, Poesia e Arte fez uma seleção de dez filmes, de dez países diferentes, de épocas e estilos distintos que estão disponíveis no Netflix. Enquanto cada vez mais os filmes norte-americanos parecem seguir um roteiro bastante óbvio, produções (muitas vezes de baixo orçamento) de outros países às vezes são bastante surpreendentes, justamente por não seguirem o manual de Hollywood.

Veja a lista completa: 

Em nome do pai – Irlanda/Grã-Bretanha, 1993
Uma co-produção entre Irlanda e Grã-betanha de 1993 dirigida por Jim Sheridan baseado no livro autobiográfico Proved Innocent, de Gerry Conlon. No filme ele é um jovem irlandês injustiçado por um crime que não cometeu e condenado à prisão perpétua. Giuseppe Conlon (Pete Postlethwaite), seu pai, tenta ajudá-lo, mas é condenado também. Enquanto Gerry tem que desenterrar suas forças mais profundas para lidar com a injustiça de estar preso, ele consegue a ajuda da advogada Gareth Peirce (Emma Thompson), que passa a investigar as irregularidades do caso.


A árvore dos tamancos – Itália, 1978
A Árvore dos Tamancos é um filme italiano-francês de 1978 dirigido por Ermanno Olmi. Todo o elenco foi formado por camponeses reais da província de Bérgamo, na Itália, e não tinham nenhuma experiência como atores até então.

A história se passa no início do século 20 no Norte da Itália. A vida humilde de um grupo de famílias camponesas que vivem e trabalham em uma fazenda. Eles recebem por produtividade, mas uma das famílias, percebendo o potencial de seu filho, decide mandar o menino para a escola ao invés de contar com mais essa força na lida. As dificuldades são muitas e a escola é distante, mas o verdadeiro problema surge quando o menino fica sem sapatos.

Como Água para Chocolate – México, 1992
Produção mexicana dirigida por Alfonso Arau, baeado no romance de mesmo nome de Laura Esquiavel, roteirista do filme. Tita (Lumi Cavazos) nasceu na cozinha do rancho de sua família, quando sua mãe (Regina Torné) estava cortando cebolas. Logo em seguida seu pai morre de um ataque cardíaco fulminante, por ter sua paternidade questionada.

Com isso Tita é vítima de uma tradição local, que diz que a filha mais nova não pode se casar para que cuide da mãe até sua morte. Ao crescer Tita se apaixona por Pedro Muzquiz (Marco Leonardi), que deseja se casar com ela. Sua mãe veta o matrimônio, devido à tradição, e sugere que ele se case com Rosaura (Yareli Arizmendi), a irmã dois anos mais velha de Tita. Pedro aceita, pois apenas assim poderá estar perto de Tita.

O Banheiro do Papa - Uruguai/ Brasil/ França, 2007

O Banheiro do Papa é um filme franco-uruguaio-brasileiro de 2007, escrito e dirigido por César Charlone e Enrique Fernández. Conta as desventuras de uma cidadezinha no interior do Uruguai que, em 1998, recebeu a visita do Papa. Os moradores locais ficam em polvorosa com a oportunidade de complementar a renda familiar com a venda de alimentos, bebidas, bandeirinhas, lembranças, e em meio a isso o personagem Beto tem a ideia original de construir um banheiro para cobrar dos visitantes.
Para colocar o plano em prática ele precisa realizar longas e arriscadas viagens até a fronteira com o Brasil, além de enfrentar sua esposa Carmen (Virginia Mendez) e o descontentamento de Silvia (Virginia Ruiz), sua filha, que sonha em ser radialista.

O Grupo Baader Meinhof – Alemanha, 2008

O filme alemão é baseado no livro de mesmo nome publicado em 1985. Conta a história dos primeiros anos do grupo de esquerda da Alemanha Ocidental Fração do Exército Vermelho, ou RAF, que ficou mais conhecido pelos sobrenomes de seus idealizadores Baader Meinhof, o militante Andreas Baader e a jornalista Ulrike Meinhof. A trilha sonora é incrível!

Millennium: Os Homens que não Amavam as Mulheres – Suécia, 2009
Harriet Vanger (Moa Garpendal) desapareceu há 36 anos, sem deixar pistas, em uma ilha no norte da Suécia. O local é de propriedade exclusiva da família Vanger, que o torna inacessível para a grande maioria das pessoas. A polícia jamais conseguiu descobrir o que aconteceu com a jovem, que tinha 16 anos na época do sumiço.

Mesmo após tanto tempo, seu tio Henrik Vanger (Christopher Plummer) ainda está à procura e decide contratar Mikael Bomkvist (Daniel Craig), um jornalista investigativo que trabalha na revista Millennium. Bomkvist, que não está em um bom momento por enfrentar um processo por calúnia e difamação, resolve aceitar a proposta e começa a trabalhar no caso. Para isso, ele vai contar com a ajuda de Lisbeth Salander (Rooney Mara), uma investigadora particular incontrolável e antissocial.

Minhas Tardes Com Margueritte – França, 2010
Uma ode à literatura, a obra dirigida por Jean Becker é baseado no livro de mesmo nome de Marie-Sabine Roger. O filme conta a história do atrapalhado Germain, um “faz-tudo” que não teve uma boa educação e é praticamente analfabeto, e Margueritte, uma senhoria apaixonada por literatura que vai todos os dias ao parque para ficar na companhia de seus livros e dos pombos, “amigos de Germain”. O encontro desses dois é singelo e emocionante.

Elefante Branco – Argentina – 2012

Uma das últimas obras do diretor argentino Pablo Trapero traz Ricardo Darín como um padre que desenvolve um projeto social numa das maiores e mais perigosas favelas de Buenos Aires. O local é um antro de violência e miséria. A polícia corrupta e os próprios sacerdotes da Igreja nada fazem para mudar essa realidade clérigos que trabalham no projeto terão de por suas próprias vidas em risco para continuar do lado dos mais pobres.

Tudo sobre minha mãe – Espanha – 1999

Tudo sobre minha mãe não é considerado o melhor filme de Pedro Almodóvar, este posto vai para Fale com ela, porém, este não está no Netflix. O filme traz a história de Esteban, que ganha de aniversário de sua mãe um ingresso para a nova montagem da peça "Um bonde chamado desejo", estrelada por Huma Rojo (Marisa Paredes).

Após o espetáculo, ao tentar pegar um autógrafo de Huma, Esteban é atropelado e morre. Manuela resolve então ir até o pai do menino, que vive em Barcelona, para dar a notícia. No caminho, ela encontra o travesti Agrado (Antonia San Juan), a freira Rosa (Penélope Cruz) e a própria Huma Rojo.

Cartas ao Padre Jacob – Finlândia - 2009

Com poucas opções de trabalho após ter sido perdoada por uma condenação, Leila concorda em servir como assistente de um pastor cego. O padre Jacob passa seus dias respondendo às cartas dos necessitados, o que Leila acha insensato. Mas quando as cartas param, o pastor sente-se devastado e Leila se vê diante de uma nova tarefa. 

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Do Portal Vermelho, José Carlos Ruy e Mariana Serafini