Auler: PF do PR não tinha dinheiro “para a luz”, mas teve para montar “apê de luxo”?

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Lembra que a gente desmontou aqui o chororô falso  de que a Lava Jato “estaria ameaçada” pela falta de verbas federais, obrigando o Dr. Sérgio Moro – que aliás, até agora não explicou a que título fez a doação – a entregar R$ 172 mil para os policiais  federais comprarem peças para seus carros e pagarem a conta de luz da delegacia?
Pois ao mesmo tempo em que isso acontecia, a cúpula da PF paranaense gastava um bom dinheiro, de origem até agora misteriosa, na reforma e mobília de uma ““área social” no prédio que abriga o Grupo de Investigação Sensível (GISE) e a Delegacia de Repressão a Entorpecentes.
Com requintes de uma churrasqueira interior e um “ilha gourmet”, destes fogões chiques que entram em cima de bancada de granito. E tome de mesas, banquetas, poltronas, tapetes exatamente para que não se sabe, mas bem pouco típico de uma delegacia policial. Não é um alojamento com camas para agentes que vão sair, clareando o dia, para alguma missão, nem consta que se vá fazer uma churrascada de desjejum.

Marcelo Auler, que descobriu o “apê da PF” e publica várias fotos do interior, novinho em folha, perguntou à Direção da Polícia Federal em Brasília e a obra era oficial, quanto custou e como foi paga.  A PF teve toda a chance de explicar emas  está em silêncio. E, em seu blog, mostra que, de verba oficialmente destinada a reforma é que não vieram os recursos, aventando a hipótese de ter sido outra “doação de juiz” (de legalidade pra lá de duvidosa) ou o uso da “verba secreta” destinada a pagar os gastos de operações policiais.
Confira tudo no blog do Auler, no segundo post. Porque o primeiro é o apelo dele aos leitores para que – tal como fazemos aqui – ajude com pequenas doações a que se possa continuar o trabalho de jornalismo independente. Ele fica com o constrangimento natural de pedir e ontem trocamos figurinhas sobre isso. Não é algo a que estejamos acostumados, depois de décadas trabalhando como assalariados. E eu disse – e mostrei a ele um pedaço do extrato bancário, para que ele visse como é o pinga-pinga que mantém o Tijolaço, algo que emociona muito a quem não sabia o que era esticar o chapéu para ninguém.
Assino embaixo do pedido do Marcelo e sugiro ao leitor que contribui com o Tijolaço a, se não puder dispor de um pouco mais  também para ajudar a manter um repórter independente e responsável, divida o que dá ao Tijolaço com o Blog do Auler. É pouco, mas o pouco sempre é muito quando é feito com o coração e com dignidade.

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