Marcelo Auler: O Globo em nome da coerência, precisa ser transparente

Marcelo Auler

Presente de Ano Novo de O Globo e da Prefeitura Municipal do Rio aos assinantes do jornal.
Presente de Ano Novo de O Globo e da Prefeitura Municipal do Rio aos assinantes do jornal.
Nas edições do dia 1 e 2 de janeiro de 2016, os cerca de 170 mil assinantes de O Globo (dados de julho, quando a tiragem do jornal foi de 193 mil) receberam seus exemplares envoltos em uma cinta, em papel branco, de boa qualidade. Nada de mais, caso a publicidade não fosse de um ente público: a Prefeitura do Rio de Janeiro.
A população do Rio, como o próprio jornal tem anunciado em diversas reportagens, vive as consequências de uma grave crise financeira que afeta diretamente o atendimento nos hospitais, a merenda escolar quando do período de aulas e coloca em risco a própria conclusão de obras importantes para os Jogos Olímpicos – o xodó do prefeito Eduardo Paes -, como a linha de metrô para a Barra. Tudo por conta das deficiências de arrecadação do Governo do Estado.
Curiosamente, como se verá abaixo, no editorial de 13 de dezembro, O Globo pregou  a transparência dos gastos públicos por parte dos municípios. Este, sem dúvida, é um gasto que pode ser considerado duvidoso: o anúncio fala que o ano de 2016 veio para ficar – tema da festa de Réveillon na cidade. Apresenta alguma obras que Paes fez ou está em fase de conclusão. Na verdade, a publicidade é visa muito mais a campanha política de outubro, quando o prefeito tentará fazer seu sucessor, do que o interesse maior da população em si.
O que se questiona é se a empresa Infoglobo, para ser coerente com o editorial do dia 13 de dezembro, se dispõe a dar o exemplo e declarar quanto custou e como foi paga esta publicidade?

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