Operação Catilinárias: o PMDB no centro do escândalo

Alvos da PF em desdobramento da Lava Jato incluem Eduardo Cunha, Renan Calheiros, dois ministros de Dilma e dois senadores
por Redação —  Carta Capital - publicado 15/12/2015 09h43, última modificação 15/12/2015 12h12

Marcelo Camargo / Agência Brasil
PF
Policiais federais em frente à residência de Eduardo Cunha
Deflagrada na manhã desta terça-feira 15, a Operação Catilinárias, um desdobramento daOperação Lava Jato, levou o PMDB ainda mais para o centro do escândalo de corrupção envolvendo a Petrobras.
Autorizada pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, a pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, a Polícia Federal cumpriu 53 mandados de busca e apreensão, em locais que incluem as residências do presidente da Câmara,Eduardo Cunha (PMDB-RJ), dos ministros Celso Pansera (Ciência e Tecnologia) e Henrique Eduardo Alves (Turismo) e dos senadores Edison Lobão (PMDB-MA) e Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE).
São alvos da Polícia Federal também o deputado federal Anibal Gomes (PMDB-CE) e Sergio Machado, ex-presidente da Transpetro, uma subsidiária da Petrobras. 

Os mandados são referentes a sete processos instaurados a partir de provas obtidas na Operação Lava Jato. Em pelo menos dois deles, o alvo é o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Não foram realizadas buscas em sua residência, mas no diretório estadual do PMDB em Alagoas, comandado pelo próprio Renan.
Eduardo Cunha
Cunha é alvo da PF mais uma vez
Os mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos no Distrito Federal (9) e nos estados de São Paulo (15), Rio de Janeiro (14), Pará (6), Pernambuco (4), Alagoas (2), Ceará (2) e Rio Grande do Norte (1).
As buscas ocorrem na residência de investigados, em seus endereços funcionais, sedes de empresas, em escritórios de advocacia e órgãos públicos. No caso de Eduardo Cunha, a PF cumpriu mandados de busca em um endereço residencial pertencente a ele no Rio de Janeiro e também na Diretoria-Geral da Câmara dos Deputados.
A pedido da Polícia Federal, um chaveiro foi enviado à residência oficial do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, onde ficou por cerca de 20 minutos, deixando o local por volta das 10h20. Ele não deu detalhes sobre o serviço prestado, mas confirmou que abriu um cofre no local.
Em nota, o governo Dilma Rousseff disse esperar "que todos os fatos investigados na nova fase da Operação Lava Jato envolvendo Ministros de Estado e outras autoridades sejam esclarecidos o mais breve possível, e que a verdade se estabeleça". De acordo com nota publicada no Blog do Planalto, o governo espera ainda que "todos os investigados possam apresentar suas defesas dentro do princípio do contraditório, e que esse processo fortaleça as instituições brasileiras".

Comentários