LISTA BERTIN-BUMLAI TRAZ TEMER, ALOYSIO E CAIADO
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Lista de doações de Natalino Bertin, sócio do pecuarista José Carlos Bumlai, o "amigo de Lula", é frustrante para quem aposta no golpe ou na prisão do ex-presidente; Natalino Bertin teria doado recursos para o tucano Aloysio Nunes e para o democrata Ronaldo Caiado, ambos defensores do golpe; na lista de doações, aparece também o vice-presidente Michel Temer, que teria recebido R$ 2 milhões e seria o beneficiário direto do golpe, assim como o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, com R$ 1 milhão; não está claro se os recursos foram lícitos ou doados pelo caixa dois do grupo Bertin
A Polícia Federal encontrou, em São Paulo, há três semanas, uma agenda de Natalino Bertin, parceiro de negócios do pecuarista José Carlos Bumlai, os nomes de alguns de políticos associados a valores doados na eleição de 2010. Aparecem o vice-presidente Michel Temer (PMDB), o presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB), e os senadores Aloysio Nunes (PSDB) e Ronaldo Caiado (DEM).
Os investigadores ainda irão analisar as informações para descobrir se os recursos foram, de fato, repassados aos políticos. O passo seguinte será descobrir se as doações foram registradas na Justiça Eleitoral ou se foram realizadas por meio de caixa dois. Na maioria das anotações, o empresário registra "valores combinados" com os políticos, parcelas pagas e as respectivas datas em que cada valor foi entregue, e ainda especifica se o dinheiro foi pago "em reais".
Um dos primeiros nomes a surgir na agenda do dono do Grupo Bertin é o do vice-presidente Michel Temer (PMDB), que teria recebido R$ 2 milhões na campanha de 2010. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), é citado como beneficiário de R$ 1 milhão. Os senadores Aloysio Nunes Ferreira (PSDB) e Ronaldo Caiado (DEM) são citados como beneficiários de R$ 500 mil cada um. A senadora gaúcha Ana Amélia Lemos (PP) teria recebido R$ 100 mil.
A lista de políticos é extensa, chegando a quase 30 nomes de candidatos dos mais diferentes estados, entre deputados estaduais e federais, candidatos a governos estaduais e, claro, candidatos à Câmara e ao Senado. Ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Edinho Silva teria recebido R$ 650 mil; Nelson Trad Filho, prefeito de Campo Grande, é citado como beneficiário de R$ 500 mil. Candidato ao Senado por São Paulo, em 2010, o cantor Netinho teria recebido R$ 500 mil; o ex-deputado Candido Vaccarezza, aparece com R$ 600 mil.
Os investigadores da Operação Lava Jato apreenderam o material durante a operação "Passe Livre", que levou para a prisão o pecuarista José Carlos Bumlai.
Os políticos citados apresentaram versões divergentes sobre as anotações de Natalino Bertin. Edinho Silva negou ter recebido qualquer recurso do empresário. "O Grupo Bertin nunca foi doador de minhas campanhas a prefeito de Araraquara ou deputado estadual; tampouco foi doador do PT estadual paulista, quando da minha gestão como presidente".
O senador Aloysio Nunes afirma que não recebeu dinheiro de campanha do Grupo Bertin, de empresas relacionadas ou do Natalino Bertin nas eleições de 2010.
A senadora Ana Amélia confirma que recebeu a doação.
O vice-presidente, Michel Temer, confirmou o recebimento de 1,5 milhão de reais em três parcelas de 500.000 reais, o que confere com parte das anotações de Natalino Bertin. Foi o próprio vice que pediu a Natalino Bertin a doação, posteriormente declarada na prestação de contas do Diretório Nacional do PMDB. Eduardo Cunha também confirmou ter recebido a doação do empresário.
no 247
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