Espanha faz a "revolução popular" pelo voto.


Pablo Iglesias: “Acabou a alternância entre PP e PSOE em Espanha”

Nas eleições deste domingo, o Partido Popular obteve 28,72% dos votos, contra os 44,63% de 2011, e o PSOE registou 22,02%, face aos 28,76% obtidos há quatro anos. O Podemos é terceira força com 20,66% e 69 deputados. Já os Ciudadanos foram remetidos para um quarto lugar e a direita não alcança a maioria absoluta. "Hoje nasceu uma nova Espanha”, frisou Pablo Iglesias.

Nas eleições deste domingo, o Partido Popular de Mariano Rajoy obtém 28,72% dos votos, contra os 44,63% alcançados em 2011, passando de 186 para 123 deputados.
Já o PSOE fica-se pelos 90 deputados, menos 20 do que há quatro anos atrás, com 22,02% dos votos, face aos 28,76% registados em 2011.
O Podemos é terceira força política mais votada no país, com 5.184.654 votos - apenas menos 400.000 do que o PSOE -, o equivalente a 20,66%. A formação liderada por Pablo Iglesias fica com 69 deputados. A plataforma do Podemos – Em Comum Podem, apoiada pela presidente da Câmara de Barcelona, Ada Colau, e que reúne ainda a ICV e Barcelona em Comum - alcançou uma vitória histórica em Catalunha. No País Basco, o Podemos também é a força mais votada.

Os Ciudadanos acabam por não conseguir mais do que um quarto lugar, com 40 deputados e 13,93% dos votos.
A coligação ERC-CATSI (Esquerda Republicana da Catalunha e a plataforma Catalunya Sí) encabeçada por Gabriel Rufián, consegue 9 deputados, com 2,39% dos votos, tendo a ERC triplicado o resultado obtido em 2011, quando concorreu isoladamente. Na Catalunha, esta coligação converte-se na segunda força mais votada.
A coligação Democràcia i Libertat (DL), constituída pela Convergència Democràtica de Catalunya (CDC), de Artur Mas, os Demòcrates de Catalunya (DC) e o Reagrupament obtém 2,25% dos votos e 8 deputados.
O Partido Nacionalista Basco (EAJ-PNV) passa de 1,33% dos votos em 2011 para 1,20% em 2015, mas alcança mais um deputado, somando 6 assentos no parlamento.
Apesar de ser a quinta força mais votada, com 3,67% dos votos, a Izquierda Unida-Unidad Popular fica com apenas 2 deputados, eleitos por Madrid, o que representa uma perda de 9 lugares. Alberto Garzón lamenta que a formação tenha "sofrido o castigo da lei eleitoral do país". 
A coligação basca EH Bildu alcança os 0,87% dos votos e soma também dois lugares no parlamento.
A Coligação Canária-Partido Nacionalista Canário (CC-PNC) consegue um deputado, com 0,33% dos votos.
“Hoje nasceu uma nova Espanha”
"Hoje nasceu uma nova Espanha. O Podemos obteve mais de 20% dos votos e cerca de 5 milhões de votos. Somos a primeira força política na Catalunha e Euskadi (País Basco)", afirmou Pablo Iglesias, sublinhando que “acabou a alternância entre PP e PSOE em Espanha”.
Iglesias destacou ainda que "Espanha votou pela mudança de sistema e isso tem implicações constitucionais inadiáveis e imprescindíveis".
Estas implicações traduzem-se, segundo referiu, em quatro grandes reformas, que passam pela "blindagem dos direitos sociais", uma "reforma do sistema eleitoral que o adapte ao critério proporcionalidade", a introdução da moção de confiança cidadã em caso de incumprimento do programa, através de um referendo revocatório, e por "um novo acordo territorial do país", sendo que o Podemos se converteu na "única força política de âmbito estatal capaz de liderar esse novo acordo que respeite a plurinacionalidade constitutiva deste país". 

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