Povo Sem Medo realiza atos no país contra 'escárnio' representado por Eduardo Cunha

DOMINGO

Manifestações também incluem protestos contra ajuste fiscal, defesa da democracia, manutenção e ampliação dos direitos dos trabalhadores e das mulheres e da sociedade como um todo
por Redação RBA publicado 06/11/2015 19:36
CUT NACIONAL
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Entidades pedem "fora Cunha", ampliação da democracia, a manutenção dos direitos e contra o ajuste fiscal
São Paulo – A Frente Povo Sem Medo realiza domingo (8) mobilizações em diversas cidades do país exigindo a saída de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) da presidência da Câmara dos Deputados. Será o primeiro ato nacional do coletivo. Mas se o mote é o "Fora Cunha", as entidades que compõem a frente vão levar às ruas uma pauta mais abrangente, incluindo a ampliação da democracia, a manutenção e ampliação dos direitos dos trabalhadores e contra o ajuste fiscal implementado não apenas pelo governo federal, mas também por governos estaduais. Em sua página no Facebook, a frente chama o ato com o título de "Fora Cunha - Não ao ajuste".
Porém, Eduardo Cunha é a principal motivação dos protestos, segundo a professora e secretária de Mobilização e Relação com Movimentos Sociais da CUT, Janeslei Aparecida Albuquerque. Não apenas o deputado pessoalmente, mas o que ele significa hoje no país. “O mote central é o ‘fora Cunha’ pelo que ele representa de escárnio à sociedade brasileira. O ataque a toda perspectiva civilizatória, ao direito das mulheres e ao direito do trabalhador”, diz.

No ato de lançamento da Frente Povo Sem Medo, no dia 8 de outubro, a presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), Carina Vitral, disse em discurso que o lema da frente seria “contra a direita, por mais direitos”.
Janeslei ressalta que o poder que Cunha representa hoje é maior do que o próprio parlamentar. “Ele sozinho não teria força, mas ele representa um grupo de deputados e grupos que têm propostas como redução da maioridade penal, revisão do Estatuto do Desarmamento. Estão propondo que a prática da violência seja legitimada e que as pessoas que são vítimas de violência, como as mulheres que são estupradas, sejam tratadas com suspeição, e que as crianças têm que ir para a cadeia, que políticas para a infância se resumem à prisão.”
O Brasil “desenhado” por Cunha e seus apoiadores quer impor políticas que representam “de fato um escárnio ao processo civilizatório”, acrescenta a dirigente. As propostas defendidas pelo parlamentar para a mulher têm um símbolo: “A proposta de proibir a pílula de dia seguinte, que pode inclusive impedir a fecundação de mulheres vítimas de estupro”.
Mais do que as propostas em si, a professora acredita que o ambiente criado em torno delas “faz com que as forças conservadoras se sintam com toda legitimidade para propor qualquer coisa, e, para coroar tudo isso, em nome de Jesus”, afirma. “Mas não se trata de religião, e sim de política, poder e muito dinheiro. Apesar das denúncias e provas do envolvimento de Eduardo Cunha em crimes financeiros, ele não tem o menor constrangimento em dar desculpas furadas e propor uma aberração atrás da outra.”
No dia 22 de outubro, após a primeira reunião da frente, na sede nacional da CUT, em São Paulo, o presidente do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, comentou a pauta definida pelo coletivo. “O povo brasileiro não pagará por essa crise e nem aceitará a pauta imposta pelo governo. Iremos às ruas contra o avanço do conservadorismo e não aceitaremos saídas à direita”, disse.
Entre as entidades representadas na manifestação estão Juventude, Socialismo e Liberdade (Jsol), Rede Emancipa, Esquerda Marxista, MTST, CUT, UNE, UBES, CTB, União Brasileira de Mulheres, Unegro, Fora do Eixo, Movimento de Vilas, Bairros e Favelas (MLB), Intersindical, CUT, Juntos!, Círculo Palmarino, Brigadas Populares, Bloco de Resistência Socialista.
Estão confirmados os seguintes os atos:
São Paulo - Masp, às 14h.
Fortaleza - Praça de Messejana, às 17h30
Brasília - Do Eixão (102 Sul) até o Congresso, às 10h.
Goiania - Instituto Federal de Goiânia, às 8h.
Recife - Marco Zero, às 15h 
Curitiba - Pça Águas do Passaúna (CIC), às 9h30
Belo Horizonte - Pça. da Liberdade, às 10h
Uberlândia - Pça. Sérgio Pacheco (Terminal central), as 9h
Rio De Janeiro - Atividade "surpresa", às 15h
Palmas - Av. Juscelino Kubitschek, às 9h

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