ONU deveria ter vergonha de apoiar o regime ditatorial saudita

O Imam de orações da sexta-feira em Teerã rejeitou interferência estrangeira na Síria e pede a todos que respeitem o direito à autodeterminação da nação árabe. 

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IRIB World Service - sexta, 13 novembro 2015 18:19

"Na Síria insistimos em vários pontos. Em primeiro lugar, a necessidade de proteger a integridade territorial desse país e, segundo, em que lutam seriamente contra o terrorismo, continuando até que remova os terroristas, incluindo o Daesh e a Frente Al-Nustra (filial de Al-Qaeda na Síria), na Síria e em toda a região”, explicou o Hojatoleslam Kazem Sediqi. 
Sediqi acrescentou que Teerã se opõe a interferência estrangeira na Síria, onde apenas os povos árabes podem decidir seu futuro governo em condições justas e em segurança, longe de qualquer ameaça terrorista, sublinhou.  O clérigo iraniano também elogiou a resistência valiosa do atual presidente sírio, Bashar al-Assad, aos delitos de grupos terroristas cobertos por um amplo patrocínio das "grandes potências". 
Em outro sentido, o clérigo iraniano tem criticado a passividade das Nações Unidas (ONU) e seu secretário-geral, Ban Ki-moon, perante os crimes contra a humanidade cometida pela coalizão liderada por Arábia Saudita há mais de oito meses contra Iêmen, o seu vizinho pobre. 

Ban, que visitou no último 10 de novembro a Riad, capital da Arábia Saudita, para participar da IV Cúpula de Chefes de Estado e de Governo dos países árabes e sul-americanos (ASPA), apreciado em seu discurso no fórum "a contribuição de Reino da Arábia Saudita para o esforço humanitário (no Iêmen)".  "A ONU e as suas autoridades máximas deveriam ter vergonha. O Al Saud (família real no poder na Arábia Saudita) estão acontecendo no Iêmen, há mais de oito meses, um genocídio contra crianças e mulheres, arrasando casas e minando a segurança (do empobrecido território), enquanto o Senhor Secretário-Geral da ONU apoia um governo ditatorial da Arábia que dependente dos EUA e seus aliados", denunciaram o Imam de orações na sexta-feira em Teerã.    
Até agora, a campanha militar saudita contra o Iêmen, que começou em 26 de março, sem o apoio da ONU, causou a morte de pelo menos 6090 iemenitas entre eles, 1698 crianças e 1038 mulheres, e deixou mais de 13 500 feridos, de acordo com dados divulgados pela Coalizão Civil do Iêmen. 
Um relatório recente do Escritório das Nações Unidas para os Direitos Humanos mostra que quatro em cada cinco iemenitas, ou seja, 21 milhões de pessoas precisam de ajuda humanitária urgente e 1,7 milhões sofrem o risco de desnutrição.  
Mais cedo, a Anistia Internacional (AI) publicou um relatório chamado "As bombas que caem do céu dia e noite: os civis atacados no norte do Iêmen", que garante que a coalizão liderada pela Arábia Saudita, que recebe os apoios de diferentes Estados, incluindo EUA, cometeu numerosos crimes de guerra, para que  precisa urgentemente abrir uma investigação independente e eficaz sobre violações dos direitos humanos no Iêmen.  No entanto, a investigação foi bloqueada pela Arábia Saudita e outros países do Golfo Persico, como Bahrein, Qatar e os Emirados Árabes Unidos (EAU), que afirmam que qualquer investigação de crimes de guerra deve ser lançada pelo governo iemenita apoiado por Riad.

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