Lewandowski: "Temos de aguentar mais três anos sem nenhum golpe".

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Jornal GGN - 13/11/2015

Sem citar a presidente da República Dilma Rousseff (PT), o presidente do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandowski disse, durante palestra em uma faculdade de Direito em São Paulo, nesta sexta-feira (13), que é preciso ter "paciência" e "aguentar" sem qualquer tipo de "golpe institucional" que possa fazer o Brasil retroceder três décadas em apenas três anos.
"Com toda a franqueza, devemos esperar mais um ano para as eleições municipais. Ganhe quem ganhe as eleições de 2016, nós teremos uma nova distribuição de poder. Temos de ter a paciência de aguentar mais três anos sem nenhum golpe institucional", afirmou o magistrado, segundo relatos da Folha.

"Estes três anos [após o 'golpe institucional'] poderiam cobrar o preço de uma volta ao passado tenebroso de trinta anos. Devemos ir devagar com o andor, no sentido que as instituições estão reagindo bem e não se deixando contaminar por esta cortina de fumaça que está sendo lançada nos olhos de muitos brasileiros", afirmou.
Essa foi a primeira vez que um chefe de um Poder fez uma defesa enérgica do mandato da presidente, que só termina em 2018. Desde que foi reeleita, a petista tem sido alvo de várias tentativas de deposição, que vão desde a ameaça constante de impeachment na Câmara comandada por Eduardo Cunha (PMDB), até ações no Tribunal Superior Eleitoral apresentadas pelo PSDB. O partido, derrotado pela quarta vez consecutiva na última disputa presidencial, alega abuso de poder econômico e quer a cassação da chapa Dilma-Temer pela Justiça Eleitoral.
Crise é política
Segundo a Folha, o contexto no qual Lewandowski mencionou a expressão "cortina de fumaça" diz respeito ao "artificialismo" da dimensão da crise que pauta diariamente a cobertura do governo Dilma. Na visão do ministro, a "crise do país tem mais fundo político do que econômico", escreveu a Folha. "O STF não está se deixando envolver emocionalmente por estes percalços que estamos vivendo", garantiu o presidente do Supremo.

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