A droga do terror: O vício ocidental de financiar grupos radicais
Steven MacMillan | ||
Traduzido por mberublue |
Exatamente como um viciado em heroína, as nações ocidentais tem um vício destrutivo do qual elas são dependentes e ao qual não parecem dispostas a abandonar. Financiar organizações terroristas radicais é o modus operandide muitas nações proeminentes da OTAN, entre as quais Estados Unidos, Inglaterra, e França desempenham um papel proeminente. Dos mujahidins até o assim chamado Estado Islâmico (ISIL/ISIS/IS), grupos extremistas têm sido usados como ferramentas geopolíticas pelo ocidente por décadas.
Com mais de 120 pessoas mortas e centenas feridas, as trágicas cenas em Paris, França, chocaram muitas pessoas na Europa. O Estado Islâmico assumiu a responsabilidade por este e outros ataques em várias partes do mundo recentemente, incluindo-se o ataque no Líbano, onde ao menos 44 pessoas foram brutalmente mortas. DABIQ, a revista do Estado Islâmico, acabou de publicar uma foto de partes de uma bomba caseira que teria sido usada no atroz ataque terrorista contra um avião de passageiros russo sobre a Península do Sinai, o qual matou mais de 220 pessoas.
O Ocidente é Cúmplice nos Ataques a Paris
Apesar da tentativa de protagonismo e da retórica do presidente francês Hollande e de outros líderes ocidentais, o ponto crítico que deveria ser enfatizado é que os governos ocidentais são cúmplices nos ataques em Paris e nos futuros ataques terroristas (pois mais ataques acontecerão). Se deixarmos de lado por um instante a tese de que o ocorrido foi uma operação de falsa bandeira, ou que a inteligência francesa simplesmente olhou para o lado permitindo que acontecesse, o que não se discute é que o crescimento do terrorismo global é resultado direto da política externa dos países ocidentais, principalmente o crescimento do Estado Islâmico e da Jabhat Al-Nusra.
Aqueles grupos não teriam os recursos nem alcance global para lançar tais ataques se não tivessem sido armados, treinados e soltos à vontade para lutar contra o governo sírio pelos membros da OTAN em colusão com seus aliados regionais. Para aqueles que acompanham os acontecimentos da guerra por procuração que se desenrola na Síria e as nefastas e insidiosas políticas do ocidente, o último ataque não foi uma surpresa.
Charge iraniana
A seguir, apenas algumas da pletora de evidências de que as nações ocidentais – os incentivadores do terrorismo – tem apoiado extremistas para derrubar o governo da Síria:
Levando em consideração a política da OTAN, poderia alguém realmente acreditar que os estrategistas em Londres, Paris, Bruxelas ou Washington não previram um possível tiro pela culatra por sua estratégia? Não é preciso ser físico de foguetes para descobrir o fato simples de que se você financia e arma um monte de terroristas insanos para derrubar um governo secular no Oriente Médio eles acabarão se deslocando para realizar atos terroristas em outras partes do mundo.
Isso leva a uma questão lógica: será possível que os líderes ocidentais queriam tais ataques? A Europa em si mesmo vem criando o ambiente perfeito para a eclosão de ataques terroristas através do financiamento e armamento de grupos radicais na Síria, cuja ação em seguida produziu um fluxo de refugiados e imigrantes do Oriente Médio e da África para o continente europeu – o que, é natural, permite que os terroristas, misturados com refugiados e imigrantes assim tornados pela ação do imperialismo ocidental através de suas guerras por procuração, penetrem com facilidade na Europa. É evidente para qualquer um que a única solução que pode funcionar, para a atual crise dos refugiados é a estabilização pacífica do estado sírio e de toda a região. Mas isso significa que os governos ocidentais devem esquecer de uma vez por todas seus desejos de derrubar Assad e balcanizar a Síria.
Os ataques terroristas alimentam o Estado-polícia totalitário
Está cada vez mais claro que os países ocidentais estão usando à vontade a fraude da “Guerra ao Terror” como uma justificativa para a imposição de controle doméstico totalitário, somada à mobilização da opinião pública em favor das guerras imperiais no estrangeiro. Os Estados Unidos, Inglaterra e França já não podem justificar a vigilância distópica sem a justificativa dos ataques terroristas, e esses ataques permite aos governos a imposição de políticas que a população jamais aceitaria se não houvesse uma crise. Exatamente como declarou em 2008 o prefeito de Chicago e antigo Chefe do Estado Maior de Obama, Rahm Emanuel:
“Você jamais pode desperdiçar as chances de uma crise. Quero dizer que uma crise é uma ótima oportunidade de fazer coisas que você achava que não poderia antes.”
Havia, antes de 9/11, entre a maioria das pessoas, uma tendência a considerar uma vigilância pelo Estado, generalizada, total, ilegal e perniciosa como sendo uma violação grave aos seus direitos básicos. – entre eles o direito à privacidade e ao Estado de Direito. Depois de 9/11, a maioria da população ocidental de repente parecia preferir viver em um simulacro da Alemanha Nazista apenas para supostamente impedir os terroristas – criados, aliás, pelos governos ocidentais – de atacar, mesmo que para isso tivessem que entregar de bandeja ao Estado seus direitos básicos. Para esse mesmo governo que não é capaz de lhe garantir a segurança.
Nos últimos 14 anos, a bisbilhotice feita pela Agência Nacional de Segurança em se intensificado de forma dramática nos Estados Unidos. De acordo com o denunciante William Binney, funcionário de alto nível da NSA, a meta da Agência era o “controle total da população”. A vigilância estatal na Inglaterra expandiu-se até níveis alarmantes desde 2001, tendo adquirido velocidade depois das bombas de 7/7 em Londres. Após os ataques do Charlie Hebdo no início do ano em Paris, o Parlamento da França aprovou uma lei de vigilância que permite às agências de inteligência “tangenciar a necessidade de mandados judiciais”. Muitos advogados que defendem o direito à privacidade já chamam esta lei, com razão, de “Patriot Act Francês”, sendo agora de se esperar que o governo exigirá ainda mais poderes para ampliar a vigilância ao estilo 1984 depois dos ataques de novembro.
Quando o ocidente cessará sua horrenda estratégia na Síria?
Recentemente, pelo menos em relação à Síria, havia alguns sinais de que alguns países ocidentais finalmente tinham recuperado um pouco de bom senso, já que esses países pareciam dispostos pelo menos a caminhar na direção de um diálogo racional. Há relatos que sugerem que a Rússia e a Inglaterra podem dar início a uma cooperação mais estreita em relação à Síria, depois da reunião de cúpula do G-20, depois da qual o presidente Vladimir Putin afirmou que há “alguma melhora” nas relações anteriormente frias entre os dois países. O ex Chefe do Estado Maior da Inglaterra, General Sir David Richards já havia antes solicitado à Inglaterra que dirigisse seus esforços juntamente com Assad, no objetivo de derrotar o Estado Islâmico, já que derrubar Assad ao mesmo tempo em que se luta contra o EI, não é uma “estratégia plausível”.
Adicione-se a isso, as declarações recentes de François Hollande que de repente parece se abster de demonizar o presidente da Síria como sempre faz, afirmando que o Estado Islâmico é o “inimigo” na Síria, mesmo com comentários um tanto quanto ambíguos. Como relata Sputnik, durante uma reunião de emergência no Parlamento francês ele teria dito:
“Nós estamos, na Síria, olhando para a solução política do problema, o qual não é Assad. Nosso inimigo na Síria é o Estado Islâmico.”
A paz na Síria tem um de seus maiores obstáculos em certas forças em Washington, já que os Estados Unidos relutam em atingir seriamente o grupo que ajudou a criar, e ainda está tentando aniquilar o secular, legítimo governo sírio. O Ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov declarou recentemente que os bombardeios aéreos realizados pelos Estados Unidos contra o Estado Islâmico são seletivos, e eu os poderia chamar de suaves, e “em muitos ocasiões sequer chegaram perto das forças do EI, que foram capazes de desafiar com seriedade o exército da Síria”. Disse mais que as posições de Washington no conflito, “afetam seriamente a possibilidade de continuar existindo um Estado Secular na Síria.”
Muito obrigado a Btpsilveira Fonte: http://www.theanalystreport.net/2015/11/22/terror-junkies-the-wests-addiction-to-funding-radical-groups/ Data de publicação do artigo original: 22/11/2015 URL deste artigo: http://www.tlaxcala-int.org/article.asp?reference=16644 |
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