Tijolaço: A trupe de Cunha fica abaixo da dignidade


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A história de que o Secretário-Executivo de Comunicação da Câmara dos Deputados, Cláudio Rodrigues Lessa, posta em seu blog como uma das opções de uma enquete a sugestão de que a Presidenta Dilma Rousseff pratique o suicídio dá ideia do tipo de gente com que Eduardo Cunha ocupou os postos-chaves do Poder Legislativo.

Um cidadão que ocupa um cargo de alta importância, que recebe algo certamente acima de R$ 30 mil mensais, e tem sob seu comando dezenas ou centenas de servidores pode, diante dos deveres de sua função manter, como ele diz, um blog “de humor” que é um amontoado de grosserias, só menor que o canal que mantém no Youtube, onde o menos que se chama Dilma é de “vigarista”.

Mas ele não tem o direito de ter as opiniões que quiser? Tem, claro. De forma decorosa. O amigo ou a amiga pode imaginar, por exemplo, que um diretor administrativo do Supremo Tribunal Federal pudesse manter um blog com delicadezas do tipo “Essa mulher e sua gang têm que ir para o olho da rua imediatamente” e diz que espera que “o futuro nos garanta, pelo menos, rolos de papel higiênico”?

No caso dele é mais grave, porque comanda, na prática, a emissora de TV de um poder da República, de alcance nacional.

Eduardo Cunha, diante disso, disse que “”vai solicitar ao diretor, que, enquanto estiver no cargo, se exima de emitir opiniões pessoais que comprometam sua isenção”.

Acho que não, temo que Lessa vá “rodar”. Não por causa dos xingamentos a um dos partidos a que tem de servir, na Câmara, nem porque se defina, modestamente, como “jornalista, radialista, escritor, tradutor, narrador, comentarista, cantor, compositor, provocador, estimulador, incitador de debates e do intercâmbio de idéias”.

É que pode ser escrito outras coisas que o Presidente da Câmara julgue impróprias, como que “considera a corrupção algo repugnante”.

De qualquer forma, acho que o melhor é seguir o que ele próprio  diz que faria no seu blog: “Grosseria gratuita será apagada.”

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