Reuters: EUA estão a longo caminho de proteções "macroprudenciais", diz Dudley, do Fed

Por Jonathan Spicer - na Reuters - 03/10/2015

William Dudley
BOSTON (Reuters) - Os Estados Unidos estão a um longo caminho de colocar em vigor regras que protegeriam o sistema financeiro e a economia de riscos amplos, parcialmente devido à estrutura regulatória e à dificuldade de prever a próxima crise, disse um membro sênior do Federal Reserve, banco central norte-americano, neste sábado.
O presidente do Fed de Nova York, William Dudley, influente supervisor de Wall Street, alertou contra colocar apressadamente em vigor as chamadas ferramentas macroprudenciais, que iriam além da regulação de bancos e empresas específicos, se focando no sistema financeiro mais amplo.

"Embora o uso de ferramentas macroprodenciais seja promissor, estamos a um longo caminho de ser capazes de usá-las com sucesso nos EUA", disse em uma conferência em Boston.
A profunda crise financeira de 2007-2009 levou reguladores globais a aumentar a supervisão de não somente firmas individuais, mas dos mercados financeiros em geral, de forma que problemas no setor imobiliário ou derivativos de crédito específicos, por exemplo, não infectem a economia.
Enquanto diferentes regiões do mundo têm variadas abordagens para fazê-lo, reguladores dos EUA dependem do Conselho de Supervisão da Estabilidade Financeira (FSOC, na sigla em inglês), um órgão guarda-chuva dentro do qual o Fed, o Tesouro norte-americano, a reguladora Securities and Exchange Commission e outras agências poderiam coordenar respostas a crises.
Mas Dudley disse: "acredito que isso deve se provar difícil de fazer na prática (já que) cada uma das agências regulatórias guarda sua própria autoridade e prerrogativas, e pode não ser sempre suscetível à pressão de outros reguladores ou do Tesouro dos EUA".
E "mesmo se o FSOC for eficaz ao desenvolver um consenso entre os reguladores, me pergunto se poderia fazê-lo a tempo", acrescentou. Apesar de aberto para trabalhar em prever crises financeiras, Dudley disse que "é muito difícil antecipar esses episódios e colocar regras em vigor que limitariam tais excessos".

(Por Jonathan Spicer)

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