Petrobras-Inovação: Boia de sustentação de risers já opera em Sapinhoá e Lula Nordeste
Os campos de Sapinhoá e Lula Nordeste, na Bacia de Santos, já operam com sistema de produção baseado no uso da Boia de Sustentação de Risers (BSR). A tecnologia pioneira de conexão do poço a plataforma foi desenvolvida pelo Centro de Pesquisas (Cenpes) e uma empresa parceira, com o apoio da UFRJ e da USP.
Ao todo, quatro boias já foram instaladas, duas em cada campo, com um total de nove poços atualmente em produção. As boias são instaladas a cerca de 250 metros de profundidade com o objetivo de sustentar os risers que são ligados aos dutos submarinos dos poços. Isso permite a conexão com os FPSOs através de tramos de tubos flexíveis.
Com esta configuração, os movimentos da plataforma flutuante não são transferidos integralmente aos risers rígidos, diminuindo o dano por causa da fadiga e garantindo sua vida útil mesmo em condições meteoceanográficas severas.
Segundo Ricardo Franciss, consultor da Gerência de Tecnologia de Dutos e Risers do Cenpes, as boias juntas são responsáveis pela produção de 240 mil barris de óleo por dia. "Nós estudamos uma boia para tirar a dinâmica das linhas rígidas, porque as mesmas internamente têm um revestimento que evita a corrosão do aço devido a presença de gases, como H2S e CO2, e este revestimento tem um procedimento de cálculo mais exigente. Porém, com a presença da boia, a vida útil destas linhas aumentou consideravelmente, viabilizando a produção nos campos do pré-sal. A partir daí, colocam-se linhas flexíveis, chamados jumpers, que fazem a ligação da boia até a plataforma de produção, cuja finalidade é, além de levar a produção até as UEP, absorver os movimentos dinâmicos das mesmas. Esta é a ideia principal da boia", afirma.
A boia sustenta as tubulações que conduzem o petróleo ou o gás do poço no fundo do mar até a plataforma, aliviando a carga sobre esta. Outra vantagem é permitir a instalação dos risers antes mesmo da chegada da plataforma de produção. “A vantagem econômica é a antecipação da produção. Se você prepara tudo antes quando chegar a unidade de produção ela simplesmente conecta os risers e você pode antecipar de 3 a 6 meses a produção”, ressalta Ricardo.
A tecnologia também está sendo avaliada para operar em outros campos do pré-sal.
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